Perguntas dos descendentes de “trentinos”

perguntas

O Blog Tiroleses no Brasil propõe 10 PERGUNTAS sobre os imigrantes do Tirol que, desde a década de 1970, são chamados de “trentinos”.

1) Os trentinos eram imigrantes austríacos ou italianos?

Sem dúvida, imigrantes austríacos porque filhos, netos, bisnetos, trinetos de austríacos. Os imigrantes “trentinos” não eram imigrantes italianos – e não por causa de questões “partidárias” ou de “opinião”. Eram imigrantes austríacos porque nasceram na Áustria e não se definiam “trentinos”, mas Tiroleses (tirolesi).
Toda a região do Tirol esteve unida à Áustria de 1363 até 1918, ou seja, durante 555 anos – por mais tempo do que a idade atual do Brasil.

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Domínios da Áustria em 1350. Mapa dos territórios ligados ao Ducado da Áustria, dentre eles, o condado do Tirol com as dioceses de Trento e Brixen (Bressanone).

Em 1867, o Império da Áustria se uniu ao Reino da Hungria porque o imperador austríaco se tornou também rei húngaro. Essa união não formou um único país e não misturava as nacionalidades; cada monarquia possuía seu próprio parlamento, suas leis próprias e, inclusive, cada país disputava separadamente nas Olimpíadas. Por isso, os “trentinos” não eram cidadãos “austro-húngaros”, pois tal nacionalidade não existia; os tiroleses eram austríacos e assim se consideravam.  O que se tornou “austro-húngaro” após a união das coroas foram o exército e algumas instituições administrativas ligadas diretamente à regência imperial.

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Os territórios do Império da Áustria-Hungria. O Tirol era parte do Império Austríaco.

Um pouco de história…

A história europeia é complexa! Já sabemos que o Tirol era território austríaco desde 1363. Durante vários séculos, os duques da Áustria eram donos de vários territórios que compunham o Sacro Império Romano-Germânico, fundado por Carlos Magno no ano de 962, e que durou até 1806. Foi um dos maiores estados medievais da Europa, formado por principados, ducados, condados e territórios da Igreja Católica que, juntos, formavam o império em uma confederação que elegia um imperador. Durante muitos séculos, a família de Habsburgo, duques da Áustria era também a família imperial, fazendo do Tirol um território muito importante nos Alpes.

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O Tirol era um condado formado por três territórios ligados entre si em um pacto de união perpétua, com administrações semi-autônomas e um parlamento único (Dienst, Dieta). Havia três autoridades: o conde do Tirol (que também era duque da Áustria, responsável pela defesa militar, pela regência do parlamento tirolês e pela administração geral do território), o bispo-príncipe de Trento e o bispo-príncipe de Brixen (Bressanone), regentes das dioceses locais, chefes dos governos episcopais e membros do parlamento tirolês. Os bispos eram príncipes imperiais e eleitores no conselho do Sacro-Império, mas dependiam do conde do Tirol (que, ao mesmo tempo, era o duque da Áustria e geralmente era também o imperador) para a proteção de suas terras.

Juntas, as terras da diocese e do condado formavam o Condado Principesco do Tirol, com capital em Innsbruck e subdividido em círculos administrativos, dentre eles o círculo de Trento.

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Somente após o final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, a parte sul do Tirol (Trento e Bolzano) foi anexada pela Itália como conquista de guerra, passando a pertencer oficialmente à Itália em 1921. As partes norte e leste do Tirol permaneceram com a Áustria:

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2) Os trentinos sempre falaram o idioma italiano. Como podem ser imigrantes austríacos?

Assim como este texto está em português, mas não estamos em Portugal. A Áustria de cem anos atrás tinha mais de dez idiomas oficiais. A Suíça atual tem quatro idiomas oficiais (alemão, francês, italiano e romanche).

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O Tirol é uma região trilíngue onde se falam o alemão, o italiano e o ladino. E pertenceu unido à Áustria por mais de 500 anos com seus três idiomas.
Todo imigrante tirolês que chegou ao Brasil até 1918 entrou com passaporte austríaco. E se ele era da região de Trento, seu passaporte estará em alemão e italiano.

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Livro escolar. Versão em italiano do hino imperial austríaco à época da imigração. Era ensinado nas escolas.

3) Por que meu avô diz que eles saíram da Itália?

Porque no século 19 a “península Itália” não era sinônimo de “país Itália”, muito menos de “nacionalidade italiana”. Tratava-se de uma expressão geográfica, assim como Península Ibérica, que identifica Portugal e Espanha, ou como Escandinávia, que identifica a Noruega, a Suécia e a Dinamarca. Por isso era costume dizer que os imigrantes eram do Tirol Italiano, ou seja, a parte de língua italiana do Tirol no Império Austríaco, onde os idiomas alemão e italiano eram oficiais.

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Livro escolar de Rovereto no Tirol (1823) com o brasão do Império Austríaco. O idioma italiano era oficial na Áustria e ensinado nas escolas da região trentina do Tirol. Em meados de 1700, a Áustria implantou a escola pública obrigatória para todas as crianças. Os pais que não enviassem seus filhos para a escola recebiam uma multa. Por isso, não havia analfabetos entre os imigrantes tiroleses. A taxa de analfabetismo no vizinho Reino da Itália ultrapassava os 50%.

O país Itália é recente, fundado a partir do reino de Savóia que anexou (com guerras) outros reinos e fundou o Reino da Itália em 1861. Poucos sabem que a causa da emigração foi a crise ocasionada quando o Vêneto foi anexado à Itália em 1866 e o crack na bolsa de Viena em 1873. Desde então, passaram-se apenas 9 anos até a grande emigração de 1875, tempo suficiente para a nova administração falir o Vêneto e a Lombardia e impor um verdadeiro boicote aos produtos tiroleses, gerando pobreza na fragilizada economia do pós-guerra. E deu no que deu: milhares de vênetos, lombardos e tiroleses emigraram para a América.

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Mapa de 1856 indicando a Itália geográfica. O Reino Lombardo-Vêneto unido à Áustria, mas somente a parte sul do Tirol (Trento) indicada como Deutschland (Alemanha, terra alemã), porque o Império Austríaco fazia parte da Confederação Germânica. De 1815 a 1866, o Vêneto esteve unida à Áustria, mas não fazia parte do território hereditário austríaco.

4) Os imigrantes trentinos se sentiam austríacos?

Sim e há muitos documentos e relatos da época que comprovam esse fato. Na história, Trento jamais se rebelou contra Viena e suas histórias se entrelaçam.

O imperador austríaco Francisco José de Habsburgo (Francesco Giuseppe, Franz Joseph), esposo da famosa imperatriz Sissi, era muito respeitado pelos imigrantes tiroleses, que festejavam seu aniversário no dia 18 de agosto. Vários jornais brasileiros do século 19 traziam artigos sobre os imigrantes tiroleses que faziam festas e missas solenes na data de aniversário do imperador da Áustria.

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E vale lembrar que, apesar da difícil condição no campo, os imigrantes tiroleses eram alfabetizados. Isso por causa da política escolar austríaca do século XVIII, quando a Imperatriz Maria Teresa implantou a escola obrigatória no Sacro Império (do qual a Áustria era parte integrante). Na região trentina do Tirol, o ensino era feito em língua italiana, um dos idiomas oficiais do império.

O pai da legislação austríaca foi Carlo Martini, um tirolês de língua italiana, cujo busto se encontra na Universidade de Viena, bem como uma estátua no monumento dedicado à imperatriz Maria Teresa, na capital austríaca. O fundador da Universidade de Salzburgo foi o bispo tirolês Paris Lodron, de Vallagarina. Foi o bispo de Trento, Maximiliano de Firmian, quem batizou o futuro imperador austríaco Francisco José, tão admirado pelos imigrantes.

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Existem muitos relatos, registros e publicações que retratam o patriotismo austríaco dos imigrantes tiroleses no Brasil, que chegaram até mesmo a enviar dinheiro para o exercício austro-húngaro.

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Jornal “Il Colono Italiano”, editado no Rio Grande do Sul, que publicava em 1913 um artigo sobre o recolhimento de fundos entre os colonos da Serra Gaúcha para ser enviado para o Império a fim de financiar a frota austríaca.

Há também, infelizmente, até mesmo casos de exageros, com vários relatos de brigas e confusões entre colonos tiroleses e italianos durante os anos da Primeira Guerra Mundial.

Naturalmente, o bom convívio prevaleceu entre os imigrantes (com casamentos, inclusive), mas os tiroleses jamais renegaram suas origens e sua pátria austríaca, onde o idioma italiano era oficial à época da imigração.

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Poema em língua italiana escrito em 1905 em Rio dos Cedros, Santa Catarina, durante a visita do cônsul austríaco Carlo Bertoni ao Vale do Itajaí.

Tirolesi senza bandiera (“Tiroleses sem bandeira”)…

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), os imigrantes e seus descendentes acompanharam uma mudança radical na história de sua terra natal, pois com o final da guerra terminava também o Império Austro-Húngaro.

Na Europa, 60.000 tiroleses de língua italiana (trentinos) combateram no exército austro-húngaro, dos quais cerca de 11.000 morreram em combate. Mais de 200.000 tiroleses (de língua alemã e italiana) combateram no exército austro-húngaro como Caçadores Imperiais (Kaiserjäger, Cacciatori Imperiali) ou Atiradores (Landesschützen/Kaiserschützen, Bersaglieri Imperiali), nos batalhões de Innsbruck, Bolzano e Trento.

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Soldados do exército austro-húngaro partindo para a guerra. Trento, 1914. Praticamente todas as famílias perderam um pai, um filho, um tio. A guerra foi um desastre humano sem precedentes, principalmente após a declaração de guerra do Reino da Itália contra o Império Austro-Húngaro, pois o Tirol

Um ano após o início do conflito, o Reino da Itália, até então aliado do Império Austro-Húngaro e do Reino da Prússia, declarava guerra à Áustria-Húngria após ter firmado o Pacto de Londres (1915) com a Inglaterra e com a França, no qual Londres garantiria à Itália, em caso de vitória, a anexação das terras da Áustria onde se falava o idioma italiano. Imediatamente após a declaração de guerra italiana, cerca de 12.000 voluntários do Tirol Italiano, rapazes abaixo dos 18 anos e homens acima dos 45 se alistaram para combaterem contra as tropas italianas.

Alguns tiroleses da região trentina (302) eram favoráveis à anexação do Tirol Italiano e atravessaram a fronteira para se alistarem no exército italiano. Dentre eles, o deputado trentino Cesare Battisti, eleito pelo partido socialista, que trabalhava como espião para o exército italiano desde 1905 e que, durante a guerra, combateu contra o exército austríaco (contra seus próprios compatriotas). Em 1916, Battisti foi capturado pelo exército imperial e reconhecido pelo tenente austríaco Bruno Franceschini, terminando enforcado em Trento por alta traição. Terminada a guerra e tendo a Itália anexado o território, Cesare Battisti se tornaria um “herói nacional” por meio da forte propaganda feita durante o regime fascista, pois era amigo pessoal de Benito Mussolini. Não há cidade na região de Trento que não tenha uma rua dedicada a Battisti, pois o regime fascista mudou milhares de nomes de ruas e localidades para “apagar” o passado austríaco da região.

O intuito do Reino da Itália era anexar a região de Trento (Tirol), de Gorizia (Friuli) e de Trieste, ou seja, as terras de língua italiana da Áustria. As tropas italianas entraram em Trento somente após o armistício, em 1918, depois da entrada das tropas inglesas, encarregadas de pendurar bandeiras italianas por toda a cidade para as filmagens da “entrada triunfal” do exército italiano, pois a propaganda da época dizia que a Itália estava “libertando” Trento do domínio austríaco.

O que se seguiu foi um regime de duríssima repressão a quem não se adequasse ao novo governo. Uma das primeiras medidas foi a mudança do nome da região. O secular nome “Tirol” foi proibido e um decreto fascista de 1923 impunha a nova denominação de “Trentino-Alto Adige”. Também no Brasil, as colônias tirolesas eram procuradas por agentes consulares italianos para que aceitassem a nova realidade e surgiu o termo (pejorativo) de Tirolesi senza bandiera (“tiroleses sem bandeira”), pois o antigo império não existia mais.

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Decreto fascista de 1923 que proibia na região de Trento e Bolzano o uso do secular topônimo “Tirol” e impunha o uso de “Triveneto”, separando a parte sul do Tirol em duas províncias com os nomes de Trentino e Alto Adige.

Com o Tratado de Saint Germain, a recém-constituída República da Áustria não tinha a permissão de dar a cidadania austríaca aos tiroleses cujo território foi anexado pelo Reino da Itália.

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A absoluta maioria da população sul-tirolesa era contrária à anexação território ao Reino da Itália, e o que se seguiu foram anos de duríssima repressão e “cancelamento” da história, da cultura e identidade locais. O novo proprietário do território não apenas mudou o nome da região para “Trentino-Alto Adige”, mas foram vários os decretos oficiais em uma sistemática e perversa política de apagamento da memória coletiva da população. Afrescos medievais com os brasões do Tirol e da Áustria foram depredados, apagados ou removidos; nomes de ruas mudados, novos nomes italianos foram criados para as cidades de língua alemã a norte de Bolzano (Sterzing se tornou “Vipiteno”, Glurns se tornou Glorenza etc), monumentos do império foram destruídos ou removidos para o museu italiano da guerra em Rovereto; as tradicionais companhias de atiradores (Schützen, Bersaglieri) foram proibidas; canções populares foram modificadas ou proibidas. Com a ascensão do fascismo em 1921, teve início uma verdadeira doutrinação nas escolas; professores locais foram substituídos caso não se adequassem e a antiga história local era trocada por uma “nova identidade”. Os tiroleses de língua alemã da região foram proibidos de ensinar o idioma nas escolas.

Não por menos, o número de prisões, multas e punições que muitos cidadãos sofriam unicamente por se declararem “tiroleses” e “austríacos” chegava a números altíssimos.

5) Mas os imigrantes trentinos não tinham costumes italianos? Não poderiam ser considerados imigrantes italianos?

Eles eram tiroleses de língua italiana e, obviamente, tinham costumes e tradições tanto de sua região austríaca, como costumes semelhantes (quando não idênticos) aos seus vizinhos italianos do Vêneto e da Lombardia. Porém, a nacionalidade deles era da Áustria.

Lega Austriaco Brasiliana di Rodeio SC

A cultura da região trentina do Tirol é uma “mistura” de elementos do Norte da Itália e do Sul da Alemanha e por quê? Qual o país que fica entre a Alemanha e a Itália? A Áustria!

Os pratos mais típicos de Trento também são típicos na Áustria, como os Canederli (Knödel), Polenta e cràuti (Plenten mit Sauerkraut), Strangolapretti (Spinatnockerl) e o famoso vinho Teroldego (Tiroler Gold ou Tiroler Eck).

Choupana dos Colonos Tiroleses - 1875
Imigrantes pioneiros em Nova Trento.

As danças típicas da região de Trento não são as tarantelas (guarde bem isso!), mas as valsas, polcas e a pàiris (Bairsich), assim como na Áustria e demais regiões alpinas. Os trajes típicos são os mesmos usados em outras regiões do Tirol, estados da Áustria e Baviera (Alemanha).
A região de Trento sempre foi chamada Tirol Italiano por causa da língua e hábitos. Assim são as regiões de fronteira., basta pensar na Suíça, onde existem 4 idiomas.

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Documento austríaco de 1868 indicando a parte de língua italiana do Tirol.

6) Então os trentinos não fazem parte da imigração italiana?

Não. No máximo, poderiam ser incluídos em um contexto de imigrantes de língua italiana, mas eram imigrantes austríacos e muitos deles eram bilíngues e sabiam falar o idioma alemão.
Basta ver os números oficiais da imigração italiana para que seja tirada qualquer dúvida. Trento não está nas estatísticas oficiais da Itália porque a região tirolesa era território da Áustria:

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Emigração italiana por regiões, de 1876 a 1915 (Master Uegly • CC BY-SA 3.0). O território de Trento não está incluído porque era austríaco.

http://it.wikipedia.org/wiki/Emigrazione_italiana#/media/File:%C3%89migration_italienne_par_r%C3%A9gions_1876-1915.jpg

7) Mas a Áustria demonstra interesse pelo assunto?

Existem vários estudos austríacos sobre o assunto, embora pouco conhecidos no Brasil ou, por vezes, ignorados.
http://www.lateinamerika-studien.at/content/geschichtepolitik/brasilien/brasilien-21.html

8) E se nós quisermos comemorar a imigração de trentinos como italiana?

Como queiram. Talvez por desconhecimento? Talvez haja confusão por conta dos estereótipos? Talvez seja mais fácil (ou conveniente) colocar todos os imigrantes de língua italiana num mesmo “balaio”?
Estamos apresentando dados históricos e culturais que se comprovam com documentos e pesquisas sérias. Por isso, podemos dizer, sem medo de errar, que os trentinos não eram imigrantes italianos.

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Passaporte austríaco de um imigrante da região trentina do Tirol.

9) Mas e a questão da cidadania italiana?

Trata-se de uma lei especial (379/2000), aprovada na República Italiana e com período de vigência de dez anos (finalizado em 2010). A lei permitiu a solicitação da cidadania italiana aos descendente de imigrantes austríacos saídos de regiões que foram anexadas pela Itália após a Primeira Guerra Mundial.
Temos aí uma realidade peculiar: austro-brasileiros com nacionalidade italiana. E por que não?
É claro que a dupla nacionalidade tem seu valor. Porém, um documento não é suficientemente capaz de modificar a história, cancelar a cultura e as tradições dos imigrantes, muito menos “mudar” a nacionalidade dos imigrantes austríacos. É preciso ter bom senso.

10) Mas hoje Trento está na Itália. O que dizer sobre isso?

Sempre esteve onde está, muito antes do país Itália existir! 😉
Já se perguntou porque Trento é a capital de uma província autônoma e parte integrante de uma região autônoma?
As províncias de Trento e Bolzano (Tirol Meridional ou Südtirol/ Sudtirolo) formam uma região autônoma cuja autonomia é tutelada desde 1946 pela República Austríaca e garantida por meio do acordo internacional.
E, juntamente com o governo do Tirol austríaco, as províncias de Trento e Bolzano têm um escritório comum em Bruxelas, na sede da União Europeia (Europaregion/Euregio Tirol). Link.

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Cartazes dando boas vindas aos que entravam no Tirol histórico foram colocados em todas as placas em estradas que indicavam o início da Província Autônoma de Trento.

Talvez você não saiba, mas até hoje os jornais locais de Trento e Bolzano publicam quase que semanalmente notícias e artigos onde são tratados não só assuntos ligados à autonomia, mas até mesmo a polêmica questão separatista. Basta uma pesquisa breve na Internet para achar vários sites e páginas de jornais que tratam desse tema ainda atual para a população de lá. Até mesmo para a população de Trento e Bolzano, a questão da dupla cidadania (austríaca) tem sido tema de calorosos debates. Há partidos políticos e grupos culturais que “pressionam” Viena para que conceda a dupla cidadania para os habitantes da Região Autônoma Trentino-Südtirol.

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“Para liquidar os povos, começa-se por privá-los da memória. Destroem os seus livros, a sua cultura, a sua história. E, algum outro escreve outros livros, lhes fornece uma outra cultura, inventa uma outra história; depois disso, o povo começa lentamente a esquecer aquilo que é e aquilo que foi. E o mundo ao seu redor esquece ainda mais rápido”.

(Milan Kundera, escritor do renomado livro A insustentável leveza do ser, em O livro do Riso e do Esquecimento)

61 comentários em “Perguntas dos descendentes de “trentinos””

  1. Adorei o Post !
    Gostaria de saber, já que sou descendente de Tiroleses , posso pedir nacionalidade Austríaca ? A Itália não concede mais o passaporte para os Tiroleses ? Como ficamos ?

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    1. Prezada Sra. Silva:
      O intuito deste blog é tratar de temas referentes à imigração, cultura, história e identidade dos imigrantes tiroleses.

      A resposta será curta e direta: a Sra. não tem direito à nacionalidade austríaca, pois a atual República da Áustria não reconhece a dupla cidadania a descendentes de austríacos do antigo Império por motivos ligados ao Tratado de Saint-Germain, pós-Primeira Guerra. Quanto à cidadania italiana, no ano 2000, a Itália passou uma lei possibilitando aos descendentes de emigrantes de regiões que passaram para a Itália após a Primeira Guerra e, essa lei teve prazo de 10 anos para que esse pedido fosse feito. O prazo se esgotou em 2010. Não há previsão de que esse procedimento seja reaberto.

      Em suma, a Sra. não tem direito nem à cidadania austríaca e nem italiana. No entanto,a Sra.possui, assim como nós, a cidadania brasileira, da pátria que os imigrantes escolheram para chamar de sua.

      Att.
      Everton Altmayer

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      1. Alguém teria como traduzir o tratado de Saints Germain?
        E disponibilizar , se possível neste site.
        Minha tia avó dizia que a mãe dela veio do Tirol. E em todas as certidões que vi do inventário, se dizia ” italiana,digo austríaca” – intencionalmente, por causa do passaporte. Já, depois de 1920, a descrição era como italiana.
        Esquisito que assinavam Bozo, e até em contato na Itália diziam que a escrita é Boso. Vai saber.

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      2. Sr. Altmayer. Teria-se bem claramente ler esse tratado de Saint Germain e aplica-lo.
        No meu entender, a Itália não pode impor um limite temporal para o acordo, isto seria uma quebra de contrato. Tenho certeza que há muitos interesses nisso, porque além da cidadania existem outros aspectos a serem analisados, tais como herança de bens imóveis na região. Uma tia que ficou no Tirol e não teve filhos, etc.
        Acho, e já falei isto aqui antes, que um assunto dessa magnitude deveria ir a plenário na ONU. Com uma tese bem fundamentada. Porque a Áustria está no seu direito de não aceitar por razões do tratado, e a Itália unificada não poderia negar. Já que são descendentes do Tirol de cultura e língua italiana (talian).
        Em ultimo caso, que nessa área volte a ser a nação do Tirol, legitimado, independente.
        Não é essa a intenção primordial, mas uma maneira de pressionar pelo direito estabelecido. Há muitos interesses.
        Nós jornais históricos que li, de 1900 por aí, mostra que a embaixada era favorável a essa imigração e que apoiavam e acompanharam esse movimento, com a ideia já antiga de ampliação do mercado.
        Por exemplo a Fiat, tem grande consumo aqui no Brasil.
        Poderia se negociar a Fiat brasileira ser então nossa!

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      3. Com todo respeito, essas leis novas não tem valor, pois que pelo tratado de sain Germain todos os que tinham passaporte austríaco e eram do Tirol italiano AUTOMÁTICAmente eram reconhecidos como italianos.
        Minha bisavo tinha passaporte austríaco, mas na certidão de óbito, em 1921 aparece como italiana.

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      4. Escolheram, não me parece bem uma escolha. Ao chegarem aqui foram arguidos se queriam renunciar a cidadania Austríaca e a resposta foi não. Para foram vítimas da história e de seus acontecimentos.

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    2. Ola Sr Misael. Não encontrei um e-mail para contato pelo site então tento me expressar por aqui,por enquanto. Minha bisavó da família Boso, era de cultura italiana do Tirol. Veio para o Brasil num navio grego em 1882/1883; que aportou em Veneza. Tenho uma foto da família trajada a caráter, creio ser possível por um entendido do seu calibre, decifrar de que região podem ter vindo, a partir dos trajes.
      Posso enviar por e-mail e identificar os nomes. Inclusive a caçula da época, com 6 anos mais ou menos na época, HOJE está com 108 anos, minha avó. Estou tentando montar a história da família, uma vez que muitas informações se perderam por ter ela ficado órfã de ambos os pais e mais duas de suas irmãs com apenas 9 anos de idade.
      Meu e-mail. eduschaefer@gmail.com

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      1. Bom dia, Eduardo!

        O sobrenome Boso (essa é a grafia correta, “Bozo” provavelmente é um erro de cartório aqui no Brasil) é originário da Valsugana. Na minha cidade (Nova Trento – SC) esse sobrenome é bastante comum.

        Quanto à foto que você menciona, se você puder, envie para e-mail contato@tiroleses.com.br

        Abraços,
        Misael Dalbosco

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    3. Gostaria de uma reflexão por parte dos entendidos. Do pouco que sei essa região do Tirol virou uma região AUTÓNOMA dentro da Itália. Será que é por isso que os descendentes não conseguem uma cidadania italiana? Haja visto o tratado de Sain Germain já tratado aqui, que diz ser automática a cidadania italiana pelos que eram austríacos.
      Essa cláusula não pode ser desfeita e ACHO que com isso o tratado passaria a não ter mais valia pela Itália não cumprir com a sua parte de aceitação. Outrossim, a região .autonoma, se bem conduzida poderia se tornar o nosso outrora TIROL, numa sessão da ONU. Gostaria de saber também como ficam as partilhas de bens(inventário). Uma vez que naquela época os homens ficavam para o serviço militar, e as mulheres na maioria que vieram para o Brasil.

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      1. Prezado Eduardo:
        A República da Áustria ficou impedida de conceder a cidadania austríaca após a Primeira Guerra Mundial. Essa situação só mudou na década de 1970 e com várias ressalvas. A autonomia regional de Bolzano e Trento ainda está sob tutela internacional da Áustria.
        Não temos informações sobre questão de heranças e sobre a cidadania, publicamos há algum tempo um texto informativo, mas nosso intuito no Blog é mais histórico, identitário e cultural.

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    4. Não. A Áustria não reconhece. A Itália podes fazer opção. A Itália foi invadida no norte não foi só o Trentino. O império Austro-ungaro queria dominar aquela região que era de 4/5 origem etrusco romano, parte formação do povo Italiano. Cultura Italiana atual. Região foi repassada para Itália em 1918, que teve outros territórios culturalmente Italianos não anexados como a Istria. Minha própria família tem origem lombarda mas estava habitando no Trentino e foi incorporada pelo império Austro -ungaro. Antes era Reino do Trento.

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      1. Sr. Moschen:
        achismo não é história. A partir de seu comentário repleto de argumentos sem nenhuma veracidade, vemos que o Sr. não apenas desconhece a história da região de Trento, como também a história da Itália e da Áustria. E também não leu nenhum texto deste Blog 😉 provavelmente nem o texto acima, pois caso o tivesse lido, pensaria duas vezes antes de se propor a escrever aqui suas opiniões confusas. Contudo, aproveitamos para responder com fatos e datas, na esperança de que o Sr. aprenda algo sobre a história trentina:

        1 – Nenhuma Itália foi invadida pela Áustria. O país Itália é de 1861 e o que havia antes disso na península itálica eram vários reinos, principados e condados. A República de Veneza jamais foi “Itália” e a região do Vêneto passou para o Reino da Itália apenas em 1866. Alguns territórios da atual Itália era austríacos de 1815 a 1866, mas a região de Trento foi legitimamente austríaca de 1363 a 1918, portanto por 555 anos (mais tempo que a idade do Brasil).

        2 – O Império Austro-Húngaro (com “h”) é de 1864, quando o imperador da Áustria se tornou rei da Hungria e uniu as coroas. O que havia antes era o Império Austríaco, ao qual toda a região do Tirol (incluindo o território de Trento) era parte integrante desde 1363.

        3 – “4/5 origem etrusco romano” é o legítimo papo de botequim :-D… O fato de a região tirolesa ter sido, na Antiguidade, parte da RÉCIA (e não da Etrúria) e ter pertencido ao Império Romano não tem qualquer relação com algum tipo de “direito” de domínio italiano após 1918 (2000 anos depois). Os antigos povoados de Londinum (Londres) e Vindobona (Viena) também pertenceram ao Império Romano, assim como territórios como a Grécia, norte da África. Deveriam ser da Itália? 🙂 Além de ser esdrúxulo esse tipo de argumento, lembra aquele usado pelo colonialismo fascista para justificar as invasões na Segunda Guerra, coisa totalmente condenável.

        4 – A região de Trento nunca foi “repassada em 1918”. Pertenceu para a Áustria de 1363 a 1918.

        5 – Um “Reino de Trento” nunca existiu. O que existiu de 1027 a 1806 foi o principado episcopal de Trento, que não possuía exército e, por isso, não tinha total soberania pois dependia do condado do Tirol e do ducado da Áustria (ao qual era ligado em pacto perpétuo desde 1363). Tinha autonomia administrativa, mas era ligado à Áustria.
        Portanto, nenhum “reino de Trento incorporado a Império Austro-Húngaro” (com “h”).

        Esperamos que o Sr. tenha aprendido algo, mas recomendamos que da próxima vez, antes de comentar e disparar achismos, leia os textos, veja os documentos históricos mencionados e tenha um mínimo de bom senso.

        Att.

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      2. Olá Edson, gostaria de “conversar” com você, pois a minha bisavó se chamava Eva Moschen. Mas aqui em Sao Paulo não há um Moschen sequer. Por favor, entre em contato comigo. Ela veio ao Brasil e conheceu o meu bisavô que tambem era trentino. Já estive várias vezes no Trento e conheço os meus parentes e tambem faço parte de uma colônia de trentinos no interior do Estado de Sao Paulo.
        Espero o seu contato.

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  2. QUE LEGAL, EVERTON, PUXA ANTES DE EXISTIR A ITALIA COMO PAIS JÁ EXISTIA O TIROL. ENTAO EU SOU BEM AUSTRIACA, JÁ QUE OS MEUS ANCESTRAIS SAO GIACOMELLI, RAUTA, MOSCHEN, LORENZINI E SARTORI. CONHEÇO BOA PARTE DELES E SEMPRE VOU A TRENTO E AO MEU PAEZE, BARCO DI LEVICO.

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  3. Olá, Everton. Muito obrigado pelos seus preciosos esclarecimentos.
    A família paterna (Trettel) de minha esposa é tirolesa, e a nonna sempre se considerou austríaca, jamais se considerou italiana. Nasceu em 1911, emigrou em 1924, já como italiana devido ao Tratado de Saint-Germain (16/07/20).
    Acho super legal conhecer a história – na verdade, imprescindível!

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  4. Olá. Pesquisando meus antepassados, descobri que tenho uma trisavô Austríaca Giuditta Cuppini (ou Coppini / Cupim), filha de Giovanni e Teresa. Ela se casou no Brasil em 1886, porém não encontro informações sobre a chegada da família no Brasil, nem do comune de origem. Vc tem alguma dica de onde procurar? Grata

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  5. Srs. Meu bisavó (Theodor Sulzer – nascido entre 1839(sem local especificado) e falecido em 1899 em Santos(SP)) foi professor de musica em Santos no Convento da Escola de Meninas, fundada pela Sra. Mariana Hamberguer, austríaca, de nascimento e muito ligada na época a Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Tenho buscado informações da origem do meu bisavó, que consta na certidão de óbito como alemão naturalizado, porem como não descobri nada através das entradas de imigrantes alemães e tenho observado diversos relacionamentos dele na época com pessoas de descendência austríaca. Vocês teriam alguma indicação de algum site ou de registros, onde possa consultar se houve entrada dele como imigrante austríaco?

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    1. Prezado Sr. Sulzer:

      O nome Sulzer ocorre na Áustria. Na região tirolesa existe e inclusive em Trento. Muito provavelmente Theodor Sulzer era austríaco, mas o ideal seria consultar documentos de antepassados até chegar no imigrante em questão.

      Att.

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      1. Minha Avó nascida no Brasil tem sobrenome “Russi” e Filha de Italiano segundo registros do Museu de Imigração, chegaram aqui no Navio Edilio Raggio em 01/Mar/1896; se estabeleceram na Região de Limeira/Araras – SP.
        Minha dúvida é que ela falava algo como um “dialeto” Alemão e não Italiano.
        Vo estes textos e fiquei na dúvida, alguém teria alguma explicação melhor?

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  6. Boa noite! Meus antepassados era da região de Friuli Venezia Guilia, nascidos em Aquileia, consta que são Austríacos. Não entento, pois não são considerados italianos, não pertencem à Áustria e nem trentinos. Poderia me explicar?
    Grata, Adriana

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    1. Prezada Sra. Vicentin:
      a região em questão é a antiga área austríaca correspondente ao antigo condado de Gorízia (Gorica em esloveno, Görz em alemão, Gorizia em italiano) que pertenceu à Áustria desde o século XIV até 1918. A região é atualmente chamada Friuli-Venezia Giulia (nome colocado pelo regime fascista em 1923 e ainda em uso pela República Italiana). Se seus antepassados emigraram para o Brasil antes de 1918, eram cidadãos austríacos. Não são “trentinos” porque a província de Trento fica em uma outra região que pertencia à Áustria e atualmente se encontra na Itália: o sul do Tirol histórico. Sobre o assunto, recomendamos o seguinte texto: https://tiroleses.com.br/2017/04/24/imigracao-austriaca-no-brasil/

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  7. Prezado Altmayer, meu bisavo nasceu na região Levico Terme em 1841 e veio pra o Brasil em 1875. Possuo documento fornecido pela Comuni de Levico Termi informando que meu bisavô era Austríaco. Nesse caso, eu teria direito a cidade austríaca.

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    1. Prezado Fernando,

      não. Devido aos fatos que se sucederam à Primeira Guerra Mundial, atualmente não é possível que um descendente de “velhos austríacos” (Altösterreicher), ou seja, dos cidadãos do antigo Império (caso do seu bisavô), consiga a cidadania austríaca. Ela só é reconhecida aos descendentes que emigraram da atual República da Áustria, que foi fundada em 1918.

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  8. Para o caso de um emigrante da região da Valsugana, Trento que chegou ao Brasil em 1875 como cidadão austríaco, há possibilidade de cidadania austriaca para seus descendentes?

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      1. Ola Sr Misael. Não encontrei um e-mail para contato pelo site então tento me expressar por aqui,por enquanto. Minha bisavó da família Boso, era de cultura italiana do Tirol. Veio para o Brasil num navio grego em 1882/1883; que aportou em Veneza. Tenho uma foto da família trajada a caráter, creio ser possível por um entendido do seu calibre, decifrar de que região podem ter vindo, a partir dos trajes.
        Posso enviar por e-mail e identificar os nomes. Inclusive a caçula da época, com 6 anos mais ou menos na época, HOJE está com 108 anos, minha avó. Estou tentando montar a história da família, uma vez que muitas informações se perderam por ter ela ficado órfã de ambos os pais e mais duas de suas irmãs com apenas 9 anos de idade.
        Meu e-mail. eduschaefer@gmail.com

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  9. Everton e Misael, parabéns pelo site.
    Claro, objetivo e instrutivo. Adorei saber que tenho sangue austríaco.
    Que lindo comentário, em resposta à indagação (que também é minha) sobre não termos chance de cidadania austríaca nem italiana :”Em suma, a Sra. não tem direito nem à cidadania austríaca e nem italiana. No entanto,a Sra.possui, assim como nós, a cidadania brasileira, da pátria que os imigrantes escolheram para chamar de sua”.
    Fantástico!

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  10. Se é uma região administrativa independente, se não é um e não é outro, então basta que se assuma sua verdadeira origem.
    Recentemente solicitei o atestado de óbito de minha tataravó da família BOSO, na certidão do cemitério: 9/2/1907 isso mesmo, de 1907, assertiva de que ela de origem italiana na declaração. Apesar que oralmente sabermos terem vindo do Tirol.
    Aqui em Florianópolis havia um escritório consular do reino italiano, estabelecido a rua marechal Deodoro n. 4. Vou tentar documentar .

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    1. Prezado Eduardo,

      a situação que você relata não é incomum; de fato, a comunicação entre os imigrantes e as autoridades brasileiras nem sempre era fácil, devido às diferenças linguísticas.

      É bastante improvável que um imigrante de sobrenome Boso (família originária da Valsugana, no Tirol) declarasse ser italiano. Porém o declarante do óbito de sua antepassada certamente chegou ao cartório falando italiano (ou um dialeto), o que provavelmente levou o funcionário a escrever a informação que você relata.

      Esse tipo de erro suscitou, inclusive, protestos do cônsul austríaco de São Paulo, em 1904:

      “Aproveito esta ocasião para chamar a atenção de V. Excia. sobre um aspecto que, em meu modo de ver, é uma falta capaz de dar ao processo de imigração uma aparência muito contraditória à realidade. Refiro-me aos casos, por mim observado tantas vezes, nos quais súditos austríacos conhecedores da língua alemã ou italiana aparecem nas estatísticas como súditos alemães [do Império Alemão] e italianos [do Reino da Itália]”.

      Nesse sentido, é comum, inclusive, que em documentos feitos em épocas diferentes, por pessoas diferentes, as informações estejam em desacordo: em alguns estará escrito que o imigrante era austríaco, em outros que era italiano.

      Att,
      Misael Dalbosco

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      1. Realmente, na descrição no atestado o notário vai escrevendo… “De nacionalidade italiana,digo austríaca”.
        E contarei uma certidão de óbito da minha bisavó (de 1907) na curia da igreja de Florianópolis. Por mais incrível, não foi achado nada no cartório. Mas achei no arquivo histórico de Florianópolis e tenho uma cópia da certidão de que ela foi enterrada no cemitério municipal. Para isto era necessária a certidão de óbito. Então,está parece ter sido feita somente na igreja. Essa informação pode ajudar algumas pessoas que procuram por essas certidões e não acham. Consegui documentar isto com sucesso.

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  11. Prezada Renata,

    você pode procurar nas listas que constam nos livros de Renzo Grosselli:

    Vincere o Morire Colonie imperiali nella terra del caffè. Contadini trentini (veneti e lombardi) nelle foreste brasiliane
    Colonie imperiali nella terra del caffè. Contadini trentini (veneti e lombardi) nelle foreste brasiliane

    Estes livros estão disponíveis em formato digital aqui: http://www.mondotrentino.net/multimedia/

    No entanto, posso afirmar que, pelo sobrenome que você fornece, provavelmente seu tataravô não era tirolês. Att,

    Misael Dalbosco

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  12. Ola, meu nome é Miryam Belle e meu avô se declarava austriaco e tinha o sobrenome Belle. Imigrou para o Brasil por volta de 1884 e disse ter estudado em um mosteiro na fronteira entre a Austria e a Itália. Tem ideia qual mosteiro pode ser esse. Ele disse que morava em uma aldeia na Austria a 30 km da Italia. Queria muito descobrir qual seria essa cidade. Pode me ajudar?

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    1. NÃO SOU AUTRIACO….tenho dupla cidadania, sou ítalo-brasileiro e não gosto nada da austria, pois tenho em meu poder a permissão para emigrar de meu bisav^e de meu avô, assim como de meus tios-avós em que consta: ‘ SE DECLARA TAMBEM QUE SÃO DESVINCULADOS DA CIDADANIA AUTRO-HUNGAREZQA…. Uma ação que tornava os emigrantes nascidos no território ocupado pela austria, mas pertencente à Itália, APÁTRIDAS, pois lhes retirava a cidadania, Enquanto vivíamos escravizados no Trentino (Tirol do Sul) Viena vivia no fausto e nós morrendo de fome… O Trentino é um só: Não existe esta invenção do Tratado de S German: Alto Ádige e somos todos ITALIANO)S, tanto que na primeira guerra mundial, o exército popular do povo Alpino, deu uma surra nos austríacos, e nos livramos de sua escravidão…..

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      1. Sr. Antonio Pradi:

        Devo dizer que inicialmente pensamos em excluir seu comentário esdrúxulo, pois o intuito deste blog é promover cultura e não juízos equivocados ou preconceitos. No entanto, após refletirmos melhor, concordamos que esse seu comentário merece ficar “on line”, uma vez que através das respostas (documentadas) que damos a cada um dos pontos citados pelo Sr., podemos instruir mais pessoas que as lerão. Quem sabe o Sr. até aprenda algumas coisas, caso tenha suficiente abertura mental para tanto. Vamos lá:

        1 – Sinta-se como melhor entender. Não nos compete julgar sobre o Sr. se sentir italiano, corinthiano ou marciano.

        2 – Não gostar da Áustria (se é que a conhece) e escrever desse modo grosseiro só demonstra o nível de honestidade intelectual de seu comentário esdrúxulo em nosso blog.
        A atual República da Áustria é a responsável internacional pela autonomia administrativa e fiscal da qual gozam as províncias autônomas de Trento e Bolzano. Provavelmente o Sr. ignora esse fato.

        3 – A tradução, em língua portuguesa para “cittadinanza austroungarica” é “austro-húngara” e não “austro-hungareza”. O Sr. é nascido no Brasil, certo? É preciso conhecer a língua pátria.
        A propósito: caso o Sr. soubesse o contexto em que isso ocorria, talvez entenderia que essa atitude do governo austríaco tinha por intenção impedir a emigração de seus habitantes após a chegada de notícias sobre as péssimas condições em que muitos cidadãos austríacos se encontravam. Todavia, ainda que isso fosse escrito no verso do passaporte (e em nenhum outro documento), na prática nenhum imigrante do Império Austríaco perdeu a cidadania e isso se demonstra pelo fato de a Áustria-Hungria ampliar suas representações consulares no Brasil a partir de 1900, desconsiderando totalmente essa “renúncia” que não passou de uma estratégia mal sucedida.

        4 – A região de Trento nunca foi ocupada pela Áustria, mas ajudou a formar o que, nos séculos, foi chamado de “Áustria”. Entre os “padrinhos” do ducado que se formou há mais de mil anos consta o nome do bispo de Trento. O território formava, no Sacro Império Romano-Germânico (o Sr. sabe o que foi isso?) o Colégio Imperial Austríaco e, posteriormente, o Círculo Imperial Austríaco.
        Portanto, sua observação equivocada sobre “território ocupado pela “Áustria” nada mais é que fruto de fantasia e desconhecimento.

        5 – Nenhum imigrante tirolês era “apátrida”. Isso é a mais genuína lorota.

        6 – “Vivíamos escravizados no Trentino”: essa frase seria hilária se não fosse tão esdrúxula. O Sr. não viveu naquele período e não tem o mínimo direito de dizer em nome dos imigrantes que, no Brasil, demonstraram suficientemente patriotismo austríaco, como se documenta em vários livros e estudos sobre o caso.
        Mais uma informação pertinente que o Sr. muito provavelmente ignora: o pai da legislação austríaca se chama Carlo de Martini e era um tirolês de língua italiana. Há um busto dele em Viena, em um monumento dedicado à Imperatriz Maria Teresa, que instituiu a escola obrigatória e, com isso, fez com que o analfabetismo quase fosse extirpado do império. Não é por menos que os imigrantes austríacos sabiam ler e escrever, ao passo que os imigrantes italianos eram analfabetos. Quem seriam, portanto, os “escravos culturais”?

        7 – “Viena vivia no fausto e nós morrendo de fome” – Seguindo essa “lógica”, os brasileiros que vivem em situação de pobreza já não devem mais se sentir brasileiros porque os políticos em Brasília possuem salários pomposos? Não se discorda aqui sobre ser injusto que uns vivam no luxo e outros na pobreza, mas vale lembrar que a imigração tirolesa é fruto de um contexto histórico: em 1866, o Reino da Itália anexou o Vêneto, mudando o sistema de impostos na região anexada e lançando um embargo aos produtos tiroleses (o Vêneto era um dos maiores consumidores). Oito anos depois, o que se viu? Pobreza no Vêneto e no Tirol do Sul, obrigando a população a emigrar no maior êxodo de sua história. Mas o Sr. também não sabe disso, certo?

        8 – Sobre o Trentino ser “um só” e sobre o tratado de Saint Germain, o Sr. só demonstra total ignorância sobre o assunto. O termo Trentino em contexto regional é uma invenção fascista que durou poucos anos. Se o Sr. quer considerá-la, é livre para o fazer, mas não ache que as pessoas sejam tão ignorantes a ponto de aceitar isso como verdade. Seria melhor o Sr. conhecer mais sobre o assunto.
        Recomendamos: https://tiroleses.com.br/2015/05/02/mi-son-tiroles-parte-1/

        9 (a cereja do bolo que não cresceu) – “na primeira guerra mundial, o exército popular do povo Alpino, deu uma surra nos austríacos”. Esse comentário absolutamente sem nexo e desprovido de qualquer conhecimento histórico demonstra o nível de sua participação neste blog. Não houve nenhum exército popular alpino no Tirol. Não haveria mais porque comentar sobre isso; o que o Sr. afirma é pura fantasia. Mas vamos esclarecer partindo do princípio de que o Sr. necessita realmente de ajuda para entender o contexto histórico.
        Os voluntários tiroleses de língua italiana pela Áustria que lutaram contra a Itália foram cerca de 12.000. Alguns tiroleses optaram, sim, por se alistar no exército italiano, pois eram favoráveis à anexação do Tirol: foram 302 pessoas.
        Os “Alpini” não eram voluntários, mas o exército italiano de montanha. Os soldados tiroleses, por sua vez, eram os Caçadores imperiais e os Atiradores Tiroleses (Kaiserjäger/Cacciatori Imperiali e Tiroler Standschützen/Bersaglieri Immatricolati del Tirolo).
        Não houve quase voluntários no exército italiano (8.000 em toda a Itália) e o número enorme de soldados fuzilados a mando do próprio comando italiano chega a 60.000 pessoas. Um triste capítulo da Primeira Guerra que até hoje é muito discutido na Itália. A “punição” se dava porque muitíssimos jovens italianos se negavam a combater para invadir terras que jamais foram da Itália (criada em 1861), como a região de Trento.
        O exército italiano entrou em Trento somente após o exército inglês. A região foi ocupada após o armistício. Portanto, nenhuma ação popular contra o Império Austríaco. Sua observação, mais uma vez, é pura fantasia e escrita de forma grosseira.

        10 – “e nos livramos de sua escravidão” – A única escravidão que vemos, à qual o Sr. parece atualmente condenado, é a da IGNORÂNCIA.
        Mas há salvação! 🙂 Recomendamos os textos deste Blog e os documentos históricos publicados!

        Gratos por poder, com seu comentário, esclarecer estes pontos históricos.
        Att.

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  13. Bom dia. Obrigada pelo conteúdo… estou aprendendo muito com as informações.

    Montando a árvore genealógica de minha família, achei algumas transcrições de registros de casamento e óbito nos quais alguns antepassados se declaravam como Austríacos. Encontrei o registro de nascimento de um de meus trisavós em Pergine, Trento (Albino Cornelio Rochetti – Nasc. 18/05/1860 Morte 17/03/1911 – filho de Pietro Antonio – Nasc. 1816 Morte ? e Teresa Soster N 1826 – 1909).

    Ele se casou em São Bernardo do Campo / SP em 18/03/1886.

    O que não encontro é o registro de chegada deles no Brasil – achei de todos os outros meus antepassados italianos, menos desse :o( .

    Não achei esta info no site do Museu da Imigração… por isso gostaria de saber onde posso encontrar dados sobre a vida deles para cá.

    Obrigada pela atenção e ajuda.

    Abs

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  14. Muito bacana saber que descendo dos velhos austríacos. Meu avô é Andreatta, sobrenome notadamente trentino, logo, sul tirolês do antigo império austro-húngaro. Também descendo dos Hennemann da região de leipzig, na Alemanha. Sempre me senti bastante germanófilo e simpático às coisas austríacas, e não era sem motivo.

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  15. Caro Everton,

    Seu texto é muito elucidativo. Parabéns!
    Estou pesquisando sobre o assunto e não consegui sanar uma dúvida acerca de um antepassado. Poderia me ajudar?
    Caso: Ele nasceu em 1813 em Welsberg, Brunick – Tirol/Austria (que após o tratado de Saint-Germain foi anexada a Itália). Imigrou para o Brasil com esposa e filhos em 1860. Faleceu em 1884 em Santa Catarina.
    Levando em consideração que o Império Austro-Húngaro foi de 1867 a 1918 e o tratato só em 1919, e ele faleceu antes disso, pelas leis atuais da Áustria, ele seria considerado cidadão austríaco ou italiano?

    Muito obrigada,

    Paula Maier

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    1. Prezada Paula,

      não sou jurista e nem especialista em cidadania, porém tentarei fazer alguns comentários a respeito de sua dúvida.

      Primeiramente, temos de ter em mente que o tratado de Saint-Germain-en-Laye, assinado em 1919 entre os poderes aliados e a República Alemã da Áustria (declarada meses antes, em face ao esfacelamento do Império), tratava em detalhes do que aconteceria com as terras do antigo Império Austríaco dali para frente, incluindo aí questões referentes à cidadania das pessoas – vivas – que moravam nesses locais. Como seu antepassado já era falecido há muito tempo quando o tratado foi assinado, não creio que o acordo se aplicasse de alguma forma a ele.

      Seu antepassado morreu austríaco (mais especificamente, cidadão do Império Austríaco) com toda certeza. Dessa forma, certamente ele não seria considerado cidadão italiano, até porque em 1860 o Reino da Itália nem sequer existia (foi fundado somente no ano seguinte). Isso não quer dizer, no entanto, que seu antepassado de alguma forma tenha virado cidadão da República Austríaca “retroativamente” após a assinatura do Tratado.

      Espero ter ajudado de alguma forma. Mais informações a respeito do tratado você encontra aqui: https://tiroleses.com.br/2018/05/30/dupla-cidadania/

      Abraços,
      Misael Dalbosco

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  16. Boa tarde Everton!

    Meu avô nasceu em Nova Trento-SC.
    Sua família era de Grigno, região entre o atual Trentino e o Vêneto.
    Minha vó, filha de uma mantuana, morreu com 98 anos e me dizia: “meu sogro era tirolês”. Achei muito interessante porque ela não me disse que ele era “trentino”, ou seja, isto comprova exatamente o que você diz!
    Achava que essa identidade cultural austríaca era restrita à província de Bolzano!
    Realmente analisando a história vemos que a realidade era muito mais complexa!
    Também não sabia dessa quebra da bolsa de Viena.
    Será que os nossos antepassados se considerariam seriam austro-italianos?
    Abraços!

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    1. Boa tarde, Gustavo!

      Sou co-autor do blog e sou de Nova Trento. Posso lhe afirmar com toda segurança que o termo “trentino” não era usado por aqui até a década de 70, a não ser no gentílico local “neotrentino”. Quando queriam se diferenciar dos habitantes de outras origens (por exemplo, os “brasiliani”, descendentes de açorianos, ou os alemães e poloneses) os locais sempre diziam ser “taliani”; quando, sendo mais específicos, buscavam se diferenciar dos outros “taliani” (vênetos ou bergamascos, por exemplo), o termo usado era “tirolesi”.

      Posso falar por experiência própria: quando falo algumas palavras no dialeto de Nova Trento com alunos ou conhecidos de Botuverá (cidade de maioria bergamasca) eles imediatamente respondem “eu não entendo o seu dialeto, porque não falo o tirolês”.

      Com respeito ao “apego” à Áustria, ele existia sim, ao menos nos primórdios da cidade. Durante a Primeira Guerra, os ânimos se acirraram um pouco entre os tiroleses (maioria na cidade) e os vênetos e lombardos (que também vieram, em menor quantidade para cá), devido ao conflito entre Áustria e Itália. Depois da Guerra o Império deixou de existir, e as disputas que haviam entre “taliani” de diferentes origens, graças a Deus, ficaram no passado.

      Mas com respeito ao sentimento dos tiroleses neotrentinos durante a Guerra, Renzo Grosselli, em seu livro “Vincere o Morire”, relata um episódio curioso, registrado inclusive nos jornais da época: a centenária Banda Padre Sabbattini (formada quase somente por tiroleses) havia ido se apresentar em Botuverá (cidade, como mencionei, de maioria bergamasca). Provavelmente os ânimos já estavam exaltados, e quando um bergamasco gritou, inflamado, “Viva l’Italia”, os tiroleses de Nova Trento começaram uma confusão que culminou, de acordo com os registros, com algumas “cabeças e instrumentos quebrados”. Por tragicômica que seja, a situação demonstra que ainda existia, quarenta anos após a imigração, um sentimento austríaco em Nova Trento.

      Abraços,
      Misael Dalbosco

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      1. Obrigado pela resposta Misael.
        A família do meu avô morava no bairro do “Bonito”.
        Segundo o meu pai, seu avô fazia “engenhos” de serra movidos à água.
        Você conhece esse bairro?

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  17. Olá Misael, td bem? Meu trisavô Albino Cornelio Rochetti nasceu em Pergine em 1860 e se casou no Brasil (São Bernardo do Campo/SP) em 1886 com Giuditta Coppino. Estou tentando encontrar o registro de entrada dele no Brasil. Tentei no Museu da Imigração e não encontrei – acredito que é por ter chegado antes de 1886. Vc sabe me dizer onde mais posso pesquisar navios que trouxeram os trentinos antes de 1886? Obrigada e parabéns pelo blog

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    1. Prezada Monica,

      a única informação que tenho é que a maior parte dos tiroleses emigrou via porto de Le Havre, na França. Infelizmente não saberia mencionar fontes de pesquisa de navios específicos.

      Att,
      Misael Dalbosco

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      1. Boa Noite Misael Dalbosco,

        Meu nome é Bruno faz anos que estudo a história dos meus antepassados bem como suas origens.
        Fico realmente feliz em encontrar este meio de comunicação e diga-se de passagem muito bem embasado e organizado, meus parabéns.

        Desculpe fazer contato direto por aqui, porém as vezes a minha dúvida pode servir para outros amigos que também procuram saber
        mais sobre nossas raizes.

        Tenho a certidão de nascimento de abril de 1898 em Jardinópolis (interior de SP) de minha Bisavó (materna) Anna Chisté,
        que nos relatos é filha de Victorio Chisté, natural da Austria, provincia de Fisola. Pelas poucas informações que tenho
        dizem que minha bisavó veio da Austria e como era nova, depois de 10 anos de idade que fez sua certidão ne nascimento.

        Gostaria de saber se esta região era Tiroleza, se fazia parte da Austria ou Itália? E onde posso achar mais informações
        a respeito de imigrações, documentos e demais informações pertinentes a família?

        Muito obrigado!!

        Bruno Chisté Altieri

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  18. Sou brasileiro descendente de longe de portugueses e nativos. Conheci Trento e Bolzano a turismo. Adorei. Lugar lindo. E vinha de Salsburg. Realmente é um mescla de culturas. Pessoal muito bem educado. Parece que tem ótimas escolas pois muitos falam ambos os idiomas. Os turistas brasileiros não costumam muito ir pra essa região.Não poderia esquecer das Dolomitas. Acho que a Itália não abriria mão desse lugar bacana até porque me pareceu ter uma economia legal (vinhos, agricultura). A autonomia ainda obriga a Região de Trentino-Alto Adige a pagar impostos pro Leão italiano.

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  19. olá uma parte de minha família vem região de Cavaso del tomba, no Veneto, como se localiza ao pé dos alpes e poucos quilômetros do tirol eu gostaria de saber se a limitação politica que corresponde a o atual tirol é correta ou se sua influencia é em mais regiões.

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  20. Muito interessante. Segundo membros de minha família meu bisavô veio para o Brasil (juntamente com sua mãe e irmãos) de Trento, “Itália”, “com 12 ou 13 anos” (data imprecisa). Então, se bem entendi, se a vinda para o Brasil foi realmente em 1920 (ou 1921) então o “bisavô” de fato seria italiano; porém, se ocorreu antes do término da guerra (1918) então seria austríaco.

    A propósito: vocês tem algum conhecimento a respeito das origens do sobrenome “Stropoli”?

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