Imigração austríaca no Brasil

Prof. Dr. Everton Altmayer

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Um dos principais objetivos do Blog Tiroleses no Brasil – talvez o mais relevante de todos – é o compromisso com fatos históricos no que se refere à imigração de tiroleses e aos aspectos culturais ligados a ela. Neste texto introdutório, pretendemos passar uma noção básica acerca da imigração austríaca no Brasil.

Selo Sociedade Austro-húngara no Brasil

Por verdade histórica entendemos aquela feita a partir de fatos históricos documentados que se complementam com os depoimentos de quem vivenciou os fatos. Nesse sentido, o intuito principal deste texto é tratar da imigração austríaca e de seus aspectos culturais, valorizando a identidade dos imigrantes e, na medida do possível, confrontando a realidade documentada com as (re)interpretações desses fatos muitas vezes reelaboradas pelos descendentes.

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O território da atual República da Áustria em comparação com o antigo Império Austro-Húngaro, extinto em 1918.

Como temos demonstrado em nossos textos, a imigração austríaca no Brasil, entre  1824 e 1938, ultrapassa o número de 65.000 imigrantes – um tema ainda pouco discutido se comparado a outras imigrações – como a alemã ou a italiana.

A contribuição austríaca é muito relevante para a história do Brasil e para a sociedade brasileira, mas, não poucas vezes, ela é absolutamente ignorada, desconsiderada ou – pior ainda – renegada e “substituída”, passando a ser considerada parte das imigrações alemã, italiana ou polonesa.

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Dona Leopoldina de Habsburgo e Dom Pedro I de Bragança, primeiros imperadores do Brasil. Leopoldina idealizou a bandeira brasileira com as cores verde da casa real portuguesa e amarela da casa imperial austríaca.

A chegada da arquiduquesa austríaca, Dona Leopoldina de Habsburgo, que se tornaria a primeira imperatriz do Brasil, foi extremamente importante para o processo migratório de europeus para o nosso país.

 Os imigrantes chegados até 1918 eram de diversas regiões do Império Austríaco, unido ao Reino da Hungria, eram de diferentes etnias, falavam diversas línguas e professavam diferentes religiões. Mas eram de nacionalidade e identidade austríacas, porque “ser austríaco” não significava somente “ser de etnia alemã” ou “falar alemão”. A Áustria era um mosaico rico de povos e culturas. E a nacionalidade austríaca dos imigrantes se comprova não apenas com dados presentes em seus passaportes, mas na cultura que eles manifestavam em fatos de seu cotidiano, registrados muitas vezes por jornais da época ou ainda presentes na memória dos descendentes.

Por isso, a necessidade de um compromisso com a verdade histórica, para que sejam feitas pesquisas honestas sobre a imigração austríaca para o Brasil. Os imigrantes do Império Austríaco falavam os idiomas alemão, italiano, esloveno, checo, eslovaco, polonês, ucraniano e croata e vieram das seguintes regiões:

Austria-Hungria
Territórios da Áustria e da Hungria até 1918.

Temos visto que algumas “pesquisas” simplesmente omitem essa realidade histórica, social e cultural, enquadrando os imigrantes da Áustria em outros contextos migratórios, como alemães, italianos ou poloneses. Vemos, por exemplo, que imigrantes tiroleses da região trentina (austríacos de língua italiana) aparecem como “imigrantes italianos”, austríacos de língua alemã da Boêmia são indicados como “imigrantes alemães” e austríacos de língua polonesa da Galícia se tornam “imigrantes poloneses”. Dos pontos de vista étnico e linguístico, não seria um equívoco total, haja vista a complexidade social do Império Austríaco, mas omitir a nacionalidade austríaca dos imigrantes é, no mínimo, um descuido grosseiro.

Tal constatação não é de hoje. Em um documento datado de primeiro de março de 1904, o cônsul austríaco em São Paulo se lamentava da seguinte maneira:

“Aproveito esta ocasião para chamar a atenção de V. Excia. sobre um aspecto que, em meu modo de ver, é uma falta capaz de dar ao processo de imigração uma aparência muito contraditória à realidade. Refiro-me aos casos, por mim observado tantas vezes, nos quais súditos austríacos conhecedores da língua alemã ou italiana aparecem nas estatísticas como súditos alemães [do Império Alemão] e italianos [do Reino da Itália]”.

Atualmente, a Áustria é uma democracia representativa parlamentar composta por nove estados federais: Viena (Wien – com a capital austríaca) Alta Áustria (Oberösterreich) Baixa Áustria (Niederösterreich) Burgenland Caríntia (Kärnten) Estíria (Steiermark) Salzburgo (Salzburg) Tirol (corresponde à porção norte da região histórica do Tirol) e Vorarlberg.

Bandeira Imperio Austro-hungaro
Cartão postal com a bandeira imperial austríaca e figura do imperador Francisco José.

“Mas quais são os motivos pelos quais os emigrantes do Império Austro-Húngaro geralmente não são mencionados nas publicações sobre as migrações, embora esse império contasse entre as nações européias nas quais a emigração, entre 1880 e 1918, se transformou num ‘movimento de massas’? O que significava ‘Áustria’, antes de 1918, em termos de território e cultura? O Império Austro-Húngaro era multiétnico e multicultural. Essa heterogeneidade não significava uma “vizinhança” entre culturas nacionais; as fronteiras étnicas não correspondiam exatamente às linguísticas e às territoriais. Elas estavam entrelaçadas entre si, interpenetravam-se umas com as outras – mormente nos centros urbanos”.

(Prutsch, 2011: 5)

Linguas imperio
Línguas do Império Austro-Húngaro.

Austríacos de língua italiana:

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Em Rio dos Cedros, Santa Catarina.

A população italiana no Império Austríaco era significativa e habitava parte da área alpina e do Litoral Austríaco, onde convivia com demais austríacos de língua alemã e eslava (eslovenos e croatas).

Vários são os documentos e depoimentos que demonstram a identidade austríaca dos imigrantes de língua italiana do Tirol, ou da região de Gorícia e Trieste.

Sem dúvida, os austríacos de língua italiana constituem o maior grupo de imigrantes austríacos estabelecidos no Brasil, cujo número de descendentes é bastante expressivo, principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul, vivem milhares de descendentes de imigrantes austríacos de língua italiana, em sua maioria tiroleses da região trentina (Tirol Italiano).

Trentino Austria
Santinho de falecimento de imigrante tirolês Venancio Loss, que se estabeleceu em 1874 na antiga Fazenda Nova Trento, do tirolês Pietro Tabacchi. Esta experiência de imigração privada contou com o auxílio do consulado austríaco no Rio de Janeiro.

Um documento significativo sobre a identidade dos imigrantes austríacos de língua italiana é um poema escrito no ano de 1903 para homenagear a visita do cônsul austríaco às comunidades de Rio dos Cedros e Tiroleses (atualmente em Timbó), no estado de Santa Catarina:

Eccelenza, Console austriaco,Carlo Bertoni! 

Noi siam nati in strani lidi

Dagli Austriaci genitor

E sapiam che noi siam figli

D’una Patria e d’un Signor,

 Ce lo dicon babbo e mamma

Che il destin qui li riduce,

Nostra Patria è giù lontana

E’ lontana, è nel Tirol

 La son nati gli avi nostri

Là sepolti negli avel,

Nel Tirolo son rimasti

Ancor vivi genitor

 Quando entriamo nella scuola

Per la grazia del Signor

Figli attenti alla parola

Dice il Padre dell’amor.

 Di Europa in continente

Nel suo seno l’Austria stà

Amplo è il regno e colta gente

Ricco il suolo d’ammenità.

 L’Austria abbonda di miniero

Di granaglie, frutta e fior,

L’Austria Impero, è un bel paese

Dove pace regna onor.

 Città grande in piano colle

S’erge Viena d’Austria Impero

Viena antica è capitale

Dell’antico e vasto regno.

 E noi tutti ti preghiamo

Ò Eccelenza qui venuto,

Ci annunzierai un pio saluto

A Sua Maestà, l’Imperator.

Excelência, Cônsul austríaco,Carlo Bertoni!

Nascemos em terras estrangeiras

De genitores Austríacos

E sabemos que somos filhos

De uma Pátria e de um Senhor.

Isso nos dizem papai e mamãe

Que o destino para cá os trouxe,

Nossa Pátria está longe,

está longe, é no Tirol.

Lá nasceram nossos antepassados

Lá estão sepultados na terra,

No Tirol permaneceram

Ainda vivos os pais.

Quando entramos na escola

Pela graça do Senhor

Filhos atentos à palavra

Diz-nos o Pai do amor.

No continente da Europa

No seu centro a Áustria está

Amplo o reino e culta a gente

Rico o solo de variedades.

A Áustria abunda de minério

De grãos, frutos e flores,

A Áustria Império é um belo país

Onde reina eterna paz.

Cidade grande em plaina colina

Ergue-se Viena da Áustria Império

Viena antiga é capital

Do antigo e vasto reino.

E nós todos te pedimos,

É Excelência aqui vindo

Anunciarás uma carinhosa saudação

A Sua Majestade, o Imperador.

Lega Austriaco Brasiliana di Rodeio SC

Dos austríacos de língua italiana provenientes do Tirol, uma parte seguiu para as fazendas de café da então província de São Paulo, ao passo que outros seguiram para as áreas coloniais do Sul. Em Santa Catarina, os tiroleses se instalaram na Colônia Blumenau, no Vale do Itajaí, onde fundaram, em 1875, Rodeio e Rio dos Cedros (à qual se juntava a comunidade de Tiroleses, hoje em Timbó) e na Colônia Príncipe Dom Pedro (região de Brusque), onde fundaram, em 1875, Nova Trento e a pequena comunidade de Lageado, em Guabiruba. Em 1909, fundava-se na comunidade de Rodeio (então município de Blumenau) a Liga Austro-Brasileira.

Sociedade Cooperativa San Giuseppe Rodeio SC
1912 – Imigrantes tiroleses e seus filhos em frente à sede da “Società Cooperativa San Giuseppe”, em Rodeio (antiga Colônia Blumenau). Na parede, vemos exibida a bandeira imperial austríaca.

No Paraná, a única comunidade fundada por austríacos de língua italiana é Santa Maria do Novo Tirol, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Iniciada em 1878, a colônia também recebeu imigrantes italianos e prosperou até o início do século XX, quando o êxodo rural diminuiu drasticamente o número de moradores.

Santa Maria do Novo Tyrol - Placa imigração
Placa sobre a procedência dos imigrantes da Colônia Novo Tirol.

Na Serra Gaúcha, os imigrantes austríacos se instalaram principalmente a partir de 1875 nas colônias Conde D’Eu, Dona Isabel e Caxias, região das atuais cidades de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Garibaldi e Flores da Cunha (outrora chamada Nova Trento).

Site Serra Gaúcha
Site da Serra Gaúcha, indicando a presença de austríacos.

Fundada entre 1892 e 1893, a Colônia Tirolesa de Piracicaba, no estado de São Paulo, é formada pelos bairros Santana e Santa Olímpia. Ambas as comunidades sempre demonstraram forte apego à identidade dos imigrantes austríacos que se estabeleceram no interior paulista.

Em 1977, a comunidade de Santana organizou uma grande festa para recordar o centenário da chegada da família Vitti ao Brasil, na qual foi convidado o cônsul da Áustria em São Paulo, bem como autoridades locais. Também a comunidade de Santa Olímpia recordou o centenário da fundação do bairro com as bandeiras do Brasil e da Áustria.

Santana 1979 2
1979. Grupos folclóricos de Santana e Santa Olímpia (Piracicaba/SP) com a bandeira da Áustria.
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Festa do centenário em Santa Olímpia (Piracicaba/SP). Bandeiras do Brasil e da Áustria.

igreja dos frades piracicabaEm 1893, iniciava-se em Piracicaba a construção da igreja dos frades capuchinhos (franciscanos). Dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, o templo religioso é conhecido como “Igreja dos Frades” e sua história está intimamente ligada à imigração austríaca no Brasil. O projeto ficou a encargo do arquiteto S. Madein, natural do Tirol, e a festa de inauguração contou, inclusive, com a presença do cônsul da Áustria. Um dos momentos memoráveis da festa de inauguração foi a execução do hino imperial austríaco pelos imigrantes tiroleses que transformaram o evento em uma típica “festa tirolesa”, com cantos de sua terra de origem.

Franz Joseph - Ferencz Juzsef
O retrato do imperador austríaco Francisco José estava presente nas casas de vários imigrantes tiroleses. Alguns mascates que circulavam pelas colônias europeias vendiam retratos dos monarcas europeus.

Uma publicação relevante da comunidade austríaca no Brasil (principalmente dos austríacos de língua italiana) era o jornal Il Trentino, editado e publicado em Porto Alegre/RS a partir de 1915. O jornal publicava textos em italiano, português e alemão e foi publicado até 1917, quando seu nome é mudado para Áustria Nova, mas não chegou a durar por muitos anos.

Jornal Il trentino tiratura
Detalhe da tiragem do jornal austro-brasileiro Il Trentino (1917).
Il Colono Italiano ed. 51 1917 Guaporé RS
1917 – Notícia da missa solene por conta do falecimento do imperador austríaco Francisco José de Habsburgo realizada no município de Guaporé. Notícia da edição 51 do jornal gaúcho “Il Colono Italiano”, sob a coordenação de religiosos.

Austríacos de língua alemã:

Assim como entre os imigrantes tiroleses e triestinos, vários documentos e depoimentos demonstram a identidade austríaca dos imigrantes de língua alemã saídos das regiões que compõem os atuais nove estados da República Austríaca, assim como do Tirol Meridional, da Boêmia (atual República Checa), de Trieste, da região da Carníola (atual Eslovênia) e da Bucovina (atualmente entre a Romênia e a Ucrânia).

Embora a presença de imigrantes austríacos de língua alemã seja registrada desde 1824, há dois contingentes importantes de imigrantes da Áustria:

  • Em 1858, um grupo com 277 imigrantes do Tirol e Vorarlberg se estabelece na antiga Santo Antônio de Paraibuna, atual Juiz de Fora, em Minas Gerais. Os austríacos se estabaleceram na então “Colônia Alemã”, juntamente com demais colonos de língua alemã de diversas regiões da atual Alemanha e religiosos holandeses;
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Na antiga Colônia Alemã, os tiroleses se estabeleceram naquele que ficaria conhecido como “Vale tirolês”, no atual Bairro Borboleta de Juiz de Fora, MG.
  • Em 1859, outro grupo de tiroleses de língua alemã funda a pequena Colônia Tirol (Dorf Tirol), no território da antiga colônia imperial de Santa Leopoldina (fundada por alemães e suíços em 1857), atualmente município de Santa Leopoldina, no Espírito Santo. Naquela colônia havia imigrantes alemães, austríacos, suíços, luxemburgueses e holandeses. Todavia, na comunidade tirolesa, a memória da imigração austríaca ainda é viva entre os descendentes de tiroleses.
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Colônia Tirol em Santa Leopoldina/ES.

O jesuíta Teodoro Amstad registrou a comunidade de Novo Tirol no vale do Rio Caí, atualmente no município gaúcho de Nova Petrópolis. Fundada muito provavelmente entre 1873-74 por tiroleses de língua alemã (ou bilíngues) vindos do Tirol Meridional, a comunidade se inseriu na realidade da maioria dos imigrantes alemães. O acesso até Linha Temerária é feito através da Rua Tirol.

A identidade austríaca dos imigrantes boêmios se faz notar no Rio Grande do Sul nos nomes da Colônia Nova Áustria (Neu Österreich), fundada em 1873 na região de Paverama, ou na Linha Áustria, no município de Santa Cruz do Sul.

No Brasil, os imigrantes da Boêmia mantinham algumas sociedades recreativas como, por exemplo, a Sociedade Austro-Húngara de Jaguari, no Rio Grande do Sul, fundada no final do século XIX por imigrantes da Boêmia.

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Imigrantes boêmios, membros da Sociedade Austro-Húngara de Jaguari/RS. Na foto, vemos o retrato do imperador Francisco José de Habsburgo, a bandeira imperial (com as cores amarela e preta) e um livro que provavelmente é o estatuto da entidade.

Em 1893, cerca de 50 famílias de imigrantes austríacos de língua alemã se instalaram na Linha 6 Leste, em Ijuí, no Rio Grande do Sul. Boa parte desses imigrantes era originária da Boêmia.

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Comunidade austríaca de Ijuí/RS.
Centro Cultural Austríaco Ijuí
Centro Cultural Austríaco de Ijuí/SC.

Imigrantes da Boêmia também se estabeleceram na cidade gaúcha de Venâncio Aires (Linha Cecília, Linha Isabel Alto Sampaio), bem como nas antigas localidades coloniais de Conde D’Eu e Campos dos Bugres, atualmente nos municípios de Bento Gonçalves e Caxias do Sul. O governo imperial brasileiro havia tentado povoar a Serra Gaúcha inicialmente com boêmios e alemães do Volga (Rússia), introduzindo ali cerca de cinquenta famílias da Boêmia saídas de Venâncio Alves; os alemães não aceitaram o local e se transferiram para a Argentina, ao passo que muitas famílias de boêmios se dispersaram por conta das difíceis condições (Umann, 1997; Amstad, 1999; Frosi, 2000). Na cidade de Farroupilha existe a Linha Boêmia, pertencente ao distrito de Nova Milano e na divisa com o município de Feliz, de colonização alemã.

Demais imigrantes boêmios também se instalaram na cidade catarinense de São Bento do Sul e ali fundaram, entre 1895 e 1898, a Sociedade Auxiliadora Austro-Húngara. O principal motivo da criação de uma sociedade austríaca naquela cidade era o clima de disputa com os colonos alemães, uma vez que estes haviam fundado, em 1895, uma sociedade de atiradores com membros das guerras de 1864-1866, na qual os prussianos combateram contra os austríacos.

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Imigrantes da Boêmia, membros da Sociedade Austro-Húngara de São Bento do Sul/SC, com o retrato do imperador Francisco José de Habsburgo. Não foi possível identificar a bandeira.

Na região austríaca da Bucovina, a população era composta principalmente por romenos, ucranianos e alemães. Estes últimos, eram, na realidade, descendentes de colonos saídos da Boêmia no início do século XIX para povoarem os confins do império. Bucovinos de língua alemã imigraram para o Brasil entre 1877 e 1878 e se estabeleceram principalmente nas cidades de Rio Negro e Lapa (Colônias Johannesdorf/São João e Marienthal), no Paraná, Mafra (Colônia Imbuial) e Itaiópolis (Colônia Lucena), em Santa Catarina. Um pequeno grupo de bucovinos saiu de Rio Negro e se estabeleceu na região catarinense de Canoinhas.

Bucovinos 1887 1937 Rio Negro
Cartaz do cinquentenário da imigração austríaca em Rio Negro/PR.

No Brasil, os imigrantes bucovinos que se estabeleceram em Rio Negro receberam assistência do cônsul austríaco Dr. Okeki. Em 1898, por ocasião do cinquentenário do reinado do imperador Francisco José de Habsburgo, cada imigrante que servira o exército austríaco na Bucovina recebeu do consulado uma medalha de ouro e um retrato do imperador. Quando a construção da igreja matriz de Rio Negro foi concluída, Francisco José enviou uma soma em dinheiro para os colonos bucovinos.

A identidade austríaca está muito presente no cotidiano da cidade catarinense de Treze Tílias, a mais nova colônia de imigrantes austríacos no Brasil, fundada em 1933 por Andreas Thaler, ex-ministro da agricultura da Áustria.

Thaler Andeas

Thaler planejou uma imigração prevendo que, após a Primeira Guerra, com o fim do Império Austríaco e as disputas étnicas e políticas causadas pelas mudanças nas fronteiras nacionais, muito provavelmente um outro conflito ainda mais sangrento devastaria a Europa. Thaler circulou pela América do Sul antes de escolher o lugar onde estabeleceria a nova colônia, procurando se informar sobre a qualidade de água e do solo, bem como sobre as taxas de mortalidade infantil das áreas que visitou. O local escolhido foi o meio oeste catarinense, para onde liderou uma imigração organizada e composta por pessoas com as mais diversas profissões. A imigração foi feita em parceria com os governos austríaco e brasileiro, de modo que a estrutura da colônia era bastante avançada já nos primeiros anos, o que não impediu diversas dificuldades, sobretudo após a morte precoce de seu líder, ocorrida acidentalmente durante uma enchente.

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Treze Tílias (1955). O imigrante Josef Grander, usando um traje típico tirolês e com a bandeira austríaca figurando a águia bicéfala, símbolo imperial. Uma comitiva da colônia Dreizehnlinden se fez presente no Congresso Eucarístico realizado no Rio de Janeiro.

Inicialmente, Thaler pensou em batizar a colônia austríaca com o nome Neu Tirol (“Novo Tirol”), mas soube que já havia outras comunidades no Brasil chamadas “Tirol” (como Dorf Tirol no Espírito Santo, Linha Tirol no Rio Grande do Sul e Santa Maria do Novo Tirol no Paraná). Chegando ao Brasil, seu filho Andrä lhe presenteou com um livro comprado no Rio de Janeiro, uma obra épica do escritor alemão Friedrich Wilhelm Weber chamada Die Dreizehnlinden (“As treze tílias”). Após a leitura feita durante o trajeto até Santa Catarina, Andreas Thaler se inspirou no conteúdo da obra e decidiu chamar a nova colônia austríaca com o nome Dreizehnlinden. Durante a Segunda Guerra, com a repressão do governo brasileiro, a comunidade foi rebatizada com o nome Papuan (de um rio local) e, posteriormente, com a tradução do nome original da colônia: Treze Tílias.

Em 1921, um pequeno grupo de imigrantes da região de Vorarlberg se estabeleceu na cidade paulista de Itararé, onde fundaram a Colônia Áustria, na área conhecida como Bairro da Seda.

Austriacos Itarare
Em 1933 ocorreu a visita do cônsul austríaco, Theodor Putz (ao centro, de chapéu) à Colônia Áustria, em Itararé, estado de São Paulo.

Após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), com o fim do Império Austro-Húngaro, um número considerável de austríacos emigrou para o Brasil, estabelecendo-se (às vezes juntamente com imigrantes alemães) nas regiões Sudeste e Sul. Também suábios do Danúbio (Donauschwaben), que habitavam a região do Banato, pertencente ao Reino da Hungria, formaram uma próspera comunidade em Entre Rios, no Paraná.

Imigrantes austríacos de língua polonesa e ucraniana

Boa parte dos imigrantes de língua polonesa no Paraná era de nacionalidade austríaca. Havia, também, austríacos de língua ucraniana que, assim como os poloneses, entraram no Brasil com documentação do Império Austríaco.

Passaporte polones Imperio Austriaco
Passaporte de imigrante austríaco de língua polonesa da Galícia.

Entre 1895 e 1897, entraram no Brasil aproximadamente 20 mil austríacos de língua ucraniana, todos originários da região austríaca da Galícia.  Em meados de 1890, a população na região era de 4 milhões e 300 mil habitantes. Uma população multiétnica, que falava vários idiomas e professava diferentes religiões: 65% eram ucranianos, 15% eram poloneses, 12% judeus asquenazitas (falantes do alemão ídiche) e 8% alemães. Havia católicos romanos, católicos de rito bizantino, católicos ortodoxos, protestantes (luteranos) e judeus. Estima-se que, até 1918, cerca de 45 mil imigrantes ucranianos de nacionalidade austríaca e russa entraram no Brasil.

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Imigrantes de língua ucraniana durante cerimônia religiosa bizantina.

O Brasil também recebeu milhares de imigrantes prussianos de língua polonesa, saídos da Silésia alemã, bem como ucranianos de nacionalidade russa. O Reino da Polônia (já aliado do Império Austríaco contra a invasão otomana no século XVI) findou em meados de 1700 e seu território foi dividido entre as potências monárquicas da época: o Império Austríaco, o Reino da Prússia e o Império Russo. Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos foram os soldados poloneses do exército austríaco, inclusive o pai do Papa João Paulo II, que batizou seu filho com o nome de Karol em homenagem ao último imperador austríaco, o beato Carlos de Habsburgo (em alemão, Karl von Habsburg; em italiano, Carlo d’Asburgo; em polonês, Karol Habsburg).

Kaiser Karl
Carlos de Habsburgo, último imperador da Áustria-Hungria e beato da Igreja Católica.

Austríacos de língua eslovena e imigrantes croatas

A região da Carníola esteve unida à Áustria desde a Idade Média até o final da Primeira Guerra Mundial. A região croata esteve unida ao domínio dos Habsburgo de 1526 a 1918, mas seu território fazia parte do Reino da Hungria.

Passaporte croata Imperio Austro Hungaro
Passaporte austro-húngaro em língua croata.

Imigrantes austríacos, portanto!

Acreditamos que seja necessário – e uma questão de justiça histórica – conhecer melhor a realidade da imigração austríaca no Brasil, haja vista que muitas pesquisas simplesmente omitem fatos essenciais como a nacionalidade (ou a identidade nacional) de imigrantes vindos de certas regiões do antigo Império Austríaco, classificando-os simplesmente com base no idioma que falavam. Tal “reducionismo” empobrece as pesquisas, causa confusões (por vezes inúteis) e não dá o devido valor à contribuição social e cultural da imigração austríaca no Brasil.

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Austríacos do Tirol e da Boêmia na Serra Gaúcha (mapa de César Girardi).

A realidade do Império Austro-Húngaro era complexa porque não se tratava de um território composto por uma só etnia. Não se falava um idioma apenas, pois cada povo tinha direito ao uso de seu idioma e à profissão de sua crença.

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Cédula monetária de 20 coroas. Embaixo, vemos o valor indicado nas várias línguas do Império Austro-Húngaro.

Com muito trabalho, os imigrantes austríacos transferiram para nosso país seu saber, sua cultura musical, arquitetônica e artística, bem como sua culinária e sua mentalidade. Eles merecem o mesmo reconhecimento e respeito dado aos demais imigrantes que fizeram do Brasil sua nova pátria.


Bibliografia consultada:

Celestino, Ayrton Gonçalves. Os bucovinos do Brasil e a história de Rio Negro. Curitiba: Torre de papel, 2002.

Dreier, Werner. Colônia Áustria, Bairro da Seda – Vorarlberger Auswanderer nach Brasilien. Bregenz: VAG, 1996.

Habel, Jussara Maria. Mapeamento de comunidades boêmias no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RIHGRGS (n. 150), 2016.

Prutsch, Ursula. A imigração de austríacos para o Brasil. (libreto informativo) Brasília, Embaixada da Áustria para o Brasil, 2011.

Sites consultados:

http://migrepolones.blogspot.com.br

https://saobentonopassado.wordpress.com

http://ijuisuahistoriaesuagente.blogspot.com.br

http://www2.vol.at/vlbgbrazil

https://view.publitas.com/b5a1ccce-a0c9-4dc8-94a5-d7a6b7b83df6/pequeno-guia-da-historia-da-imigracao-alema-e-tirolesa-em-jf/page/1

Comunidade Ucraniana

215 comentários em “Imigração austríaca no Brasil”

  1. Esqueci de dizer que minha Bisavó chamava se Elizabeta Maganik Korenza a grafia correta se perdeu como o Gerzelj de meu bisavo virou Gerzely e outras derivações

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  2. Sendo descendente de colonos austríacos estou realizando leituras para registrar a história de meus bisavós , achei bastante interessante as informações contidas no artigo acima.

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      1. Olá, Gostaria de saber sobre meus bisavôs paternos, ele Otto Pilz ela Maria Piltz ele nasceu em Markesdorf e casou-se em Viena, eu tenho direito a cidadania? não sabemos quando chegaram ao Brasil, segundo informações 1913, deixando 3 filhas lá com a mãe do meu bisavô.

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      2. Prezado Francis,

        é possível, porém Markersdorf pertence à Alemanha. Você precisa encontrar os documentos dos seus antepassados e de posse deles consultar a embaixada austríaca.

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      3. Boa noite Everton, meu marido é descendente de Austríacos, família FORTI ( estabelecidos em Capivari) e a família Pellis!
        Sabe algo destas famílias?
        Obrigada

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    1. Estou iniciando um trabalho de árvore geneológica, muito complexo pois não sei onde encontrar o navio que desembarcou meu biso. Se puderem me indicar onde encontro essa info eu agradeço. Meu nome é Ivan Aparecido Hrescak. Fraterno abraço.

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      1. Sobrenome Koehler derivado de Köhler, descobri o registro de casamento de meus bisavós em Sanra Cararina,vindos de Bohemian e Bavária. Gostaria de saber se existe a possibilidade se conseguir a cidadania. Outra coisa é a busca de registro de nascimento de meu bisavô em Bavária e o navio ou Porto onde desembarcou. Sei que um deles um dos bisa passaram pela colônia Ithajay como consta no registro de casamento. Seria hj a cidade de Itajai?

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      2. Prezada Schirlei,

        caso seus antepassados sejam originários da Boêmia (ou seja, do antigo Império Austríaco), não é possível requerer dupla cidadania, segundo o mesmo argumento aplicado aos sul-tiroleses que foi detalhado neste post: https://tiroleses.com.br/2018/05/30/dupla-cidadania/

        Caso fossem originários da Baviera, seria necessário verificar a lei de cidadania da Alemanha, mas já adianto que provavelmente também não será possível.

        Quanto à “Colônia Itajahy”, apesar do nome, foi o núcleo colonial que deu origem à cidade de Brusque, da qual posteriormente se desmembraram Botuverá e Guabiruba.

        Att,
        Misael Dalbosco

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      3. Oi Ivan
        Você conseguiu informações do navio ?
        Também quero mais informações sobre meus familiares que vieram da Áustria perto de 1911,
        Se puder me ajudar fico muito grata!
        Abraço!

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      4. Olá, conseguiu descobrir alguma informação? Meus bisavós desembarcaram com meu avô, no porto de Santos….em 1911 … vieram em um navio chamado Colombo

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      5. Olá. Se você souber em que ano vieram ao Brasil, o desembarque, é possível encontrar o navio que vieram. Meus familiares vieram em 1895, e encontrei eles na lista, mas não há muita informacao além da idade deles, e a origem austríaca. Procure no arquivo SIAN.

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      1. Quais são seus ascendentes da família Rett? Também tenho esse parentesco, minha Trisavó é Santa Rett casada com Antonio Mortean.

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      1. Olá pessoal !
        Alguém sabe alguma coisa da Família Denyz ….. única coisa que sei que eram da Áustria , somente isso …. fiquei sozinho nessa família, todos já morreram e ninguém sabe nada dos meus bisavós…
        Muito Obrigado .

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  3. Muito interessante o artigo acima e estou passando pela situação contida neste, no documento de desembarque da minha Bisavo Marcella Surminska (Surwinksa), em 1909 consta que a nacionalidade dela era Galicia (poucos detalhes infelizmente) e no documento de hospedagem na Hospedaria Ilha das Flores/RJ era de nacionalidade Austriaca e alem de outras linguas em familia falavam em Polones assim tinhamos a informação que ela era Polonesa, infelizmente esta dificil encontrar mais informações sobre a sua descendência devido ao desencontro de informações e por não ter detalhes de onde realmente ela nasceu para dar entrada no processo de dupla cidadania.

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  4. Onde consigo informações sobre meu avÔ paterno: Wilhelm Dodek, casado com Johanna Dodek, vieram para o Brasil na década de 1950. Ele faleceu em 15/12/2000, em EMBÚ -SP e ela faleceu em 1968, também no Embú/SP.
    Meu nome: Virginia Paula Dodek
    Filha de Luiz Antonio Dodek

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  5. Boa noite então meus bisa e minha avó são Austriacos!!!Pois meu bisa desembarcou no brasil em 23 de dezembro de 1910 e minha avó tinha anos e ela não quis ser cidadã brasileira ela se casou mas não pegou a nacionalidade brasileira , então ela continua ser austriaca

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  6. Boa Tarde.
    Gostaria de saber se alguém poderia me ajudar encontrar origem comune ou cidade de onde vieram meus antepassados , chegaram em São paulo no registro de chegada diz que são Austríaco nada mais e não tenho documentos deles.
    Chegaram em 3 pessoas ,pai e mais dois filhos.

    03/05/1893 MARTINO STIMAC 44 anos Pai Austríacos
    03/05/1893 GIUSEPPE STIMAC 22 anos Filho Austríacos 03/05/1893 MATTIE STIMAC 18 anos Filho Austríacos

    Chegaram no vapor LAS PALMAS

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  7. Gostaria de saber como pesquisar em qual região/localidade meus antepassados moravam em 1892, quando saíram do Império Austro-Húngaro rumo ao Brasil.
    E também como a Áustria de hoje trata os descendentes dos seus emigrantes, que vieram em massa para o Brasil. Eles concedem a cidadania?

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  8. Confirmei recentemente a minha descendência, porém ainda encontro alguns conflitos e informações incompletas.
    Se pesquiso sobre a expedição Tabacchi 1874, encontro o nome do meu ancestral Domenico Strada vindo de Caldonazzo (hoje parte de Trentino Alto Adige), se pesquiso pelo site de Imigrantes do Espirito Santo, consta que ele veio da mesma cidade porem no ano de 1875, teria curiosidade de esclarecer essa informação, se ele realmente fez parte da Expedição Tabacchi ou como foi, e a lista dos passageiros do navio Cervantes 1875.

    Outra duvida que tenho é em relação ao sobrenome da esposa de Domenico Strada, em algumas certidões ta Orsola Shmidt, ou Shimit, ou Shimidt.

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    1. Boa tarde, Luan!

      Não sou um especialista na Expedição Tabacchi, porém acredito que seja possível que seu antepassado tenha vindo posteriormente (não na expedição de 1874) para trabalhar na fazenda de Pietro Tabacchi. É preciso investigar melhor.

      Com relação ao sobrenome da esposa, certamente se trata do sobrenome alemão Schmidt. As variações que você menciona provavelmente se devem a erros de cartório. É importante frisar, porém, que esse sobrenome existe de formas diferentes (por exemplo, Schmitt) na própria Europa.

      Abraços,
      Misael Dalbosco

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      1. Nos documentos de entrada dele e da esposa consta como Austríaco, a língua falada era o Alemão e o Italiano que chegou até a minha avó, a questão e que por mais que conste da Expedição Tabacchi ele foi direto para o Rio Grande do Sul em Caxias

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      2. Boa Tarde Luan Bergamaschi !

        Veja nesse site, da Biblioteca Nacinal, lá tem um monte de documentos e acervo sobre os nossos antepassados, é muito interessante viu, pesquise ali e vá com calma, pois requer atenção e observação, você vai achar um monte de material sobre eles, eu achei os meus, nossa fiquei impressionado, dai você faz assim, entra no site , http://www.memoria.bn.br , e selecione LOCAl, dai coloca o Estado que você acha que tem , dai coloca o sobrenome , se caso aparecer, vai clicando e dando o zoom para poder ler as letrinhas menores, pois são jornais e documentos muito antigos, e as letras as vezes ficam meia apagadas, ok,. Com jeitinho vai fazendo , vai aparecendo, mude uma letra, uma palavra ou um nome, dai sempre aparece, depende como foi escrito na época que fizeram, tudo muito antigo, mais deve aparecer sim , alguma coisa de sua família. Beleza.
        Grande abraço !

        Roberto Bittencourt

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    1. estou tendo problemas com a busca em Gorizia, nascidos Tognon por volta de 1880 a 1900, e nao estou encontrando, vou anotar seus dados aqui caso eu encontre te aviso.
      Boa sorte.

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  9. Olá, estou pesquisando o passado da minha família. Sei que meu bisavô veio da Liubliania antigo Império Austro-hungaro (hoje Eslovênia). O documento mais antigo que tenho é a certidão de casamento (1908). Consegui até encontrar uma viagem para a Argentina em 1910 e retorno ao Brasil 2 meses depois. Mas não encontro a entrada inicial dele no Brasil. Os documentos constam com o sobrenome Contel (João Contell). Mas não encontro referência ao sobrenome anterior a este ano. Tentei pesquisar por alguns sobrenomes que tivessem um sonorização próxima, mas nada. Tem algum meio que eu possa localizar essa origem?

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  10. Interessante o artigo, sou neto de COMPER, trentinos do Império Austro-Húngaro, inclusive na Certidão de Óbito da minha avó consta que era de nacionalidade Austríaca, porém até hoje só mencionam como imigrantes Italianos da expedição Tabacchi.

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  11. Minha família veio ao Brasil por volta de 1890 e se instalou no interior de São Paulo (região de Itápolis). Eles falavam o idioma italiano, porém o sobrenome (Saranz) e a fisionomia (de rostos mais arredondados), eram bastante diferentes dos italianos. Tinha suspeitas que eram Austríacos e após ler esse texto, as evidências aumentaram. Infelizmente os registros são muito escassos.

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      1. Olá Misael, conhece algo sobre o Sobrenome Stuch ou Stuchi, só sei que minha Avó era de Birigui Estado de São Paulo e casou-se com meu Avô em Marialva – Paraná

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  12. Boa Tarde a todos !
    Por favor, alguém poderia me ajudar em relação a essa informação dos meus bisavós, eles vieram para o Brasil, não sabemos o ano, e se estabeleceram na cidade de Cruz Machado/Pr, e logo foram moram em Guarapuava/Pr. Seus nomes são , José Denyz e Bronislawa Denyz , nascidos na Áustria, apenas essas informações que eu tenho, pois todos da família já morreram, e não tenho mais nada de refência. Por favor, aguardo uma ajuda.
    Muito Obrigado.
    Roberto Bittencourt

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    1. Boa tarde, Roberto!

      Pelo nome da mulher (Bronislawa), pode-se inferir de que esses imigrantes eram da região da Galícia, de língua polonesa, que até 1918 pertencia ao Império Austríaco.

      Atenciosamente,
      Misael Dalbosco

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      1. Bom Dia Misael !
        Puxa que descoberta fantástica, muito obrigado pela sua dica e informação, agora posso partir de algum lugar e tentar descobrir mais coisas sobre os meus avós. Muito obrigado mesmo pela sua ajuda, agradeço de coração. Abraços.
        Roberto Bittencourt

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  13. Caros amigos, tudo bem ?
    Vocês saberiam me dizer de qual região seria meu avô e qual pais pertenceria hoje: Simão Gasafi,Gazafy ou Gazaffy, local de nascimento:Marzevich ou Merzavich.

    Obrigado
    Vagner Bergamo – Indaiatuba-SP

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    1. Olá amigo Vagner !
      As vezes é meio difícil mesmo achar alguns dados, pois muitos materiais sobre nossos avós ou bisavós, foram registrados em livros,e esses eram feitos e de responsabilidades das igrejas . Eu achei muita coisa em um site, http://www.memoria.bn.br , (Biblioteca Nacional),aqui tem muitas coisas referentes as pessoas que chegaram de outros países. Escolha a opção LOCAL, digite o Estado que você acha que eles se estabeleceram, e o sobre nome, e assim vai pesquisando, coloque com dois zz, ou dois yy, ou um, tire um nome, coloque outro nome, e assim por diante, ok, até que uma hora aparece alguma coisa. Tente, não custa nada, eu achei um monte de materiais importantes de nossa família, que ninguém sabia, ok.
      um grande abraço ,
      Roberto Bittencourt .:

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  14. Bom dia minha avó se chamava Maria Tereza Stuch ou Stuchi, era Austríaca mas nos dirigia a ela como “Nona” tipicamente Italiana, agora entendi o porque, era Austríaca Italiana, vieram para Birigui – SP e depois Marialva – Paraná, se alguém conhece alguém desta família entre em contato ok.

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    1. Boa noite Everton, meu marido é descendente de Austríacos, família FORTI ( estabelecidos em Capivari) e a família Pellis!
      Sabe algo destas famílias?
      Obrigada

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  15. Boa tarde, gostaria de obter documentos referente a entrada de meus avós, tios e pai. Eles vieram da região da Croácia atual e desembarcaram em Santos-SP em dezembro/1912. Eram as seguintes pessoas: George Horvatich(Avô), Katherine (avó), Stefan (tio com +- 12 anos) Michael (tio com 6 anos) Agatha (TIA) e Jvan(meu pai, com 1 ano que passou a ser João)

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  16. Bom dia se alguém conhece alguma pessoa de sobrenome Stuch – tiroleses da região trentina (austríacos de língua italiana), vieram para Birigui – SP e depois Marialva – Paraná, se alguém conhece alguém desta família entre em contato neste Blog ok.

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    1. Bom Dia Amigo !
      Entre em , http://www.memoria.bn.br , e lá você vai em LOCAL , depois digite o Estado , no seu caso, SP , e depois PR , coloque só o sobrenome STUCH , vai aparecer vários relatos e documentos, de pessoas com esse sobrenome, dai você, vai um por um, pesquisando e vendo se os nomes é parecido com os que você tem . OK , faça isso, é um ótimo site do Governo da Biblioteca Nacional, onde relatam vários eventos e acontecimentos, e assim pode pesquisando e vendo se realmente tem alguém conhecido. Valeu, grnade abraço.
      Roberto Cunha BIttencourt…..

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  17. Prezados senhores, por gentileza eu sou bisneta de Rosa Rabatski (não tenho certeza da grafia conforme o seu sotaque era algo como Rabatqui) ela veio para o Brasil “fugindo” com um irmão mais novo, esse irmão era José Rabatski, ele por incrível que pareça não perdeu os documentos como aconteceu com a minha bisavó.
    A família encontrou o registro dele no arquivo nacional de São Paulo e o da Rosa não, por gentileza me ajudem a saber alguma coisa sobre origem do sobrenome da minha família.

    Por favor, me ajudem a clarear essa informação.

    Desde já muito obrigado
    Cleonice

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    1. Olá, Cleonice !!
      Assim como você, eu estava meio perdido também com as informações da família. Por favor, ente em http://www.memoria.bn.br, e lá você coloca o Estado,(Local), e o nome, sobrenome, vai colocando uma vogal a mais, uma a menos, coloque só o sobrenome, e assim vai pesquisando, ok, tem muito material lá que pode ajudar, e lembre de sempre colocar o Estado, se tiver dúvida, assim onde eles desembarcaram, e onde eles viveram, vai mudando e colocando sempre, as novas pesquisas aparecem alguma coisa, sempre tem material lá com alguns dizeres, ok. Seria uma solução de momento , até você conseguir melhores dados e informações. Valeu.
      Grande abraço, Roberto….

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    2. Olá, Cleonice !!
      Assim como você, eu estava meio perdido também com as informações da família. Por favor, ente em http://www.memoria.bn.br, e lá você coloca o Estado,(Local), e o nome, sobrenome, vai colocando uma vogal a mais, uma a menos, coloque só o sobrenome, e assim vai pesquisando, ok, tem muito material lá que pode ajudar, e lembre de sempre colocar o Estado, se tiver dúvida, assim onde eles desembarcaram, e onde eles viveram, vai mudando e colocando sempre, as novas pesquisas aparecem alguma coisa, sempre tem material lá com alguns dizeres, ok. Seria uma solução de momento , até você conseguir melhores dados e informações. Valeu.
      Grande abraço, Roberto….

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  18. Bom dia estou pesquisando minha família e descobri alguns documentos de meu bisavô Josef Gerzelj vindo de Carniola no Navio Maranhão Tenho a passagem mas tenho também uma carta ou bilhete que gostaria de traduzir e saber mais detalhes sera alguém pode me ajudar a escrever esta historia.Estou repetindo este post

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  19. Esqueci de dizer que minha Bisavó chamava se Elizabeta Maganik Korenza a grafia correta se perdeu como o Gerzelj de meu bisavo virou Gerzely e outras derivações

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  20. Olá, o Bisavô de meu marido chamava-se Heinrich Steinstrasser, e no Navio de entrada no Brasil, no RJ, em 1888, diz que é de origem austriaca, do Eisen. Vocês teriam alguma informação de onde posso encontrar sua origem? Desde já agradeço.

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  21. Pequeno engano de Caio Gerzely… os bisavos eram Josej Gerzelj e Elizabeta Coresân e pais de Josef eram Andre Gerzelj e Mari “Maganic”,

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  22. familia Tognon vindos da Austria,
    Gorizia , San Lorenzo, Aquileia e Fiumecello
    chegaram em Santos 15/02/1891
    Antonio 43 chefe
    Maria 44 esposa
    filhos
    Giovanni 15
    Luigia 11
    Giulio 08 (
    o Giulio volta a europa e conheçe Luigia Michelin, e volta ao brasil em 1910 com o filho antonio.
    Giulio nasceu em 04/10/1883- consta local de nascimento Aquileia(italia ?)local de residencia fiumicello.
    confesso que já nao sei onde procurar.
    Alguem pode me ajudar.

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  23. Exelente trabalho parabens eu tenho todos os documentos de meus pais austríacos de viena avos paternos hungria e kolin prox. De praga
    Maternos gargazon na Itália e freudenau na schlesia inclusive diplomas de escola e certidões de nascimento por isso aconselho a todos colherem estes dados quando ainda tiver familhares mais velhos vivos para colher estes dados.
    Um grande abraco

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  24. Olá! Meu sogro diz que o avô dele era austríaco, entretanto, o sobrenome é Franceschinelli (que, para mim, parece ser italiano, mas ele afirma que era austríaco). Existe esse sobrenome austríaco??

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  25. meu Bisavô Antonio Labiak (49 anos) com minha bisavó Eva Labiak (44 anos) com os filhos meu avo Joao Labiak 12 anos, tio André 9 anos, tia Tecla 5 anos e tia Sophia 4 anos , em 1896 saíram da região da Galícia Áustria e chegaram no Brasil, Paranaguá e se instalaram na região de Prudentópolis aonde fundaram a colônia chamada de Nova Galícia.

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  26. Boa tarde, meu avô Ferdinand Schrökenfuchs, portou em São Paulo, com minha Bisavó Thereza Schrökenfuchs .
    Gostaria de obter mais informações .

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  27. Minha avô,que já é falecida era Austríaca, pois o sobrenome dela era Pettan, conforme o narrativo existem pessoas com o mesmo sobrenome, vindos da Imigração austríaca?

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  28. Meu bisavô, Giacomo Baldavi, nasceu em 15/08/1880 em Küstenland na Áustria (em alguns registros constam como Garícia). Chegando ao Brasil, foi registrado como Jacomo Baldavia.
    Estou em busca de informações sobre a possibilidade de dupla cidadania austríaca ou italiana.

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  29. Prezados, boa tarde.
    Estou em busca de informações(navio e etc) da minha trisavó, austríaca, pelo que me consta ela nasceu por volta de 1877 , imigrou por volta de 1890 e veio a se instalar em BHte-MG após uma estada em SP.
    O nome dela é Maria Stopper…
    Por onde começo as pesquisas?
    Desde já muito obrigado pela atenção..

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  30. OLá, poderia me dizer se os sobrenomes Sejon/Sejan e Pinter são mesmo de origem austriaca? Consta nas certidões que meus bisavós eram austríacos, mas não conseguimos rastrear nada deles.
    Julio Pinter
    Maria Francizka Sejon

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  31. Olá, assim como todos procuro informações sobre meus antepassados. Bisavô Francesco Press esposa Maria Scarel, ele de Trieste e ela de Gorizia. Vieram com os filhos Luigi e Ricardo Press em 16/04/1885 e estão listados como nacionalidade Italiana. Gostaria de encontrar mais outras informações sobre a origem no nome Press, que faz parte do me sobrenome. Agradeço se alguém tiver mais informações.

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  32. Olá amigos (as).procuro informações sobre antepassados com o sobrenome BALDAS ,pois,meus avós vieram para o Brasil denominados Austriacos e idiomas italiano.
    Gostaria de ajuda. Agradeço desde já

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    1. Prezado Sr. Anercio Baldas. Em referencia ao tema de informar que também minha avó tinha o nome Baldas (Haydée Baldas von Planckenstein) e meu bisavô (Renato Baldas von Planckenstein) e trisavô (Mario Baldas von Planckenstein), ao que consta, austríaco.

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    1. Olá, Débora.
      Os imperadores mostrados neste texto são Francisco José de Habsburgo e Carlos Otto de Habsburgo-Lorena, os dois últimos monarcas do Império Austro-húngaro.
      O imperador que você menciona, Leopoldo, pai de Dona Leopoldina, viveu muitos anos antes deles.
      Att.

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  33. Estou pesquisando a origem da minha família “Paiffer” e tenho alguns indícios que meu Trisavô pode ter vindo da Áustria ou ate mesmo Alemanha, mas como deve ter sido antes de 1850 então mais provável que seja do império Austro-Húngaro, mas estou tento muita dificuldade em encontrar documentos que comprovem essa origem, o nome dele e Mathias Nicolau Paiffer, alguém teria alguma informação sobre a origem da Família Paiffer no Brasil?

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    1. Procura no Facebook a pagina Da Bohemia para o Brasil – Pesquisa Genealógica, o Eduardo Moises é um pesquisador e conhece muito os detalhes e onde buscar a informação. Att

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  34. bom dia, estou procurando informações sobre meu bisavô, diz a lenda familiar que ele era Austriaco, seu nome GIACOMO PRESSI, deve ter chegado ao Brasil por volta de 1894..será que pode me ajudar?.

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  35. Olá, td bem? Eu busco saber se tenho direito a cidadania italiana ou austríaca. Minha família, penso seu, q emigrou da Gorizia entre 1860 e 1880. Família Drosghig(Drosghic).

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    1. Prezados Yves e Andrea,

      em primeiro lugar, um esclarecimento: a região de Gorizia não fica na “região trentina”, mas sim na região do Friuli, na fronteira com a Eslovênia e Trieste. Porém assim como esta última, e o próprio Tirol Italiano (“região trentina”), a Gorizia pertenceu à Áustria até a Primeira Guerra Mundial.

      Por ter se esgotado o prazo para cidadania italiana, e por não ser possível obter a austríaca, você infelizmente não conseguirá nenhuma das duas. Mais informações aqui: https://tiroleses.com.br/2018/05/30/dupla-cidadania/

      Att,
      Misael Dalbosco

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  36. Olá !
    Meu bisavô nasceu na Galicia (então pertencente ao império austríaco) em 1893 e veio com os pais para o Brasil em 1895 e nos documentos de imigração consta a nacionalidade austríaca…
    Eu gostaria de saber se eu tenho direito à cidadania austríaca? Se sim como eu posso obter?
    Obrigado!

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    1. A galicia foi dívida em polonia e Ucrania…

      Se vc souber a cidade e ela ser na parte que pertence à Polônia, a probabilidade é grande.
      Mas se a cidade for na Ucrania, vc tem que abdicar da cidadania brasileira para obter a ucraniana. Se informe melhor a respeito…

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    2. Prezados Leandro e Andrea,

      sim, hoje a Galícia está dividida entre Polônia e Ucrânia, mas na época mencionada (e, de fato, por muitos séculos) pertencia inteiramente à Áustria. Portanto, pelo período mencionado, não há dúvida que seu antepassado era um austríaco de língua polonesa.

      Quanto à possibilidade de obter a cidadania austríaca, é provável que não seja possível, pelos mesmos motivos que se aplicam aos descendentes de tiroleses italianos. Maiores explicações aqui: https://tiroleses.com.br/2018/05/30/dupla-cidadania/

      Quanto à cidadania ucraniana, mencionada pela Andrea, infelizmente não temos informações, mas acredito que também não seja possível.

      Att,
      Misael Dalbosco

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  37. OLÁ MISAEL, encontrei registros do lado de minha mãe (DACIUK) que é de origem austríaca com língua ucraniana, porém, não encontrei do lado paterno, sobrenome FALBOT, poderia me ajudar?

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  38. Olá a todos!

    Sou Tiago Meneck e recentemente encontei a certidão de nascimento de meu bisavô Nicolau Melniki (brasileiro, nascido em 1902, em São Manuel/SP). Sei que meus trisavôs eram austríacos (ou ao menos do império Austro-húngaro, como consta na certidão de nascimento). Meus trisavôs eram André Melniki e Anna Melniki.

    Creio que eram de alguma região polonesa, devido ao sobrenome aparentar e devido aos relatos da minha família.

    Além do mais, na certidão consta o nome de meus tetravôs paternos (Demetrio Melniki e Anna Melniki) e paternos também (Ignacio Caterniki e Maria Caterniki). Desconfio que os sobrenomes corretos sejam algo como Melnik e Kvaternik.

    Se alguém souber algo, compartilhe comigo.

    Grato!

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  39. Artigo interessante, meus Trisavós vieram do imperio Austro-hungaro, em certidões de nascimento de seus filhos diziam ser da Austria. Realizei algumas pesquisas e descobri que seus registro de nascimento encontram-se na Croacia, pois o territorio hoje pertencem a Croacia. Seus nomes Mathias Beljan e Anna Gerguric. Atualmente estou atras da certidão de desembarque deles. Estou me baseando no ultimo filho deles em 1901 (Anos anteriores).

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  40. Oi. Meu Nome é Pablo Giménez. Sou argentino más o meu avo ven da Austria mas nasceu no barco e foi cadastrado no SEU municipio
    Pode me ajudar a encontrarlo? 😃
    O conhece alguien que poda me ajudar:) 🙏❤️

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  41. A minha avó materna – Maria – nasceu na Áustria em 19 de setembro de 1903. Quando ela veio para o Brasil aos 7 anos com seus dois irmãos: o José e a Branca (meus tios avós), ela foi adotada por uma família em Piraí do Sul (PR), pois a sua mãe (minha bisavó – mãe de minha avó materna) havia morrido; minha avó ainda era criança naquela época, sendo que o seu pai (meu bisavô) vivia viajando muito pelo mundo e não cuidou dos filhos após a morte da minha bisavó.Aqui está um verdadeiro “nó” a ser desatado! O sobrenome da minha avó materna era Massureck (Masureck ou Mazurek ou ainda Masured ou Masurad) ou Kozub ????? Fico muito triste e aborrecido por não ter encontrado nenhum documento pessoal da minha avó materna! Pergunto se alguém poderia me ajudar a encontrar alguma informação sobre a chegada da família de minha avó ao Brasil? Muito obrigado!

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